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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Patente verde poderá 'furar fila' no Brasil

O Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) vai priorizar, a partir de 17 de abril, o patenteamento de tecnologias consideradas "verdes", ou seja, que poluem menos ou que reduzem impactos ambientais. 

A expectativa é que os pedidos de proteção para novas tecnologias nacionais mais limpas sejam analisados em até dois anos. Hoje, um pedido de patente leva em média cinco anos e quatro meses para ser analisado pelo Inpi. Até o ano passado, o processo levava até sete anos. 

"Vamos acelerar porque queremos que a tecnologia limpa chegue logo à sociedade", afirma Douglas Alves Santos, pesquisador do Inpi que participou do projeto. 

"Não podemos esperar seis anos para que uma solução ambiental seja aplicada no mercado", continua. 

PRIMEIROS 500 
De acordo com Santos, a ideia do Inpi é começar com um piloto de 500 pedidos de patentes feitos a partir de janeiro de 2011. Parte dos resultados dessas análises deve ser apresentada já na Rio+20 -- a conferência da ONU para o desenvolvimento sustentável que acontece em junho, no Rio de Janeiro. 

"Sabemos, por exemplo, que a maioria dos pedidos de tecnologias limpas nacionais está na produção de energia alternativa e na redução de resíduos", explica Patrícia Carvalho dos Reis, gerente do projeto do Inpi. 

De acordo com ela, a definição do que é uma tecnologia "verde" teve base em metodologias de institutos de patentes de países como Estados Unidos, Austrália e Reino Unido, que já priorizam a análise de tecnologias limpas há alguns anos. Mas houve uma adaptação para o cenário brasileiro. 

"Decidimos excluir, por exemplo, as tecnologias nucleares da lista de alternativas limpas", conta Reis. 

À SOMBRA DE FUKUSHIMA 
A decisão foi influenciada pelo acidente na usina nuclear de Fukushima, no Japão, atingida por um terremoto e um tsunami em março de 2011 -- quando começou o grupo de estudos do Inpi. 

Já o desenvolvimento de inovações para a produção de energia hidrelétrica, eólica e solar ficou na lista das prioridades. 

O instituto espera atingir essa redução no tempo de análise das tecnologias "verdes" por meio de um conjunto de estratégias. 

A primeira é excluir o tempo de sigilo de 18 meses após o pedido de proteção da tecnologia. Hoje, a Lei da Propriedade Industrial, de 1996, determina que uma patente só pode ser analisada após 18 meses de sigilo. 

As patentes "verdes" vão quebrar essa regra -- desde que o inventor autorize que a análise seja feita imediatamente após o depósito. 

O mesmo procedimento é seguido em escritórios nacionais de patentes de vários países que priorizam as tecnologias limpas. No Reino Unido, por exemplo, uma tecnologia desse tipo leva nove meses para ser analisada. 

A Coreia do Sul, por sua vez, já chegou a liberar uma patente verde em 18 dias. 

O Inpi também espera aumentar o seu quadro de pareceristas para acelerar o processo de análise. A expectativa é contratar 400 novos nomes até 2015. 

O anúncio da priorização das patentes "sustentáveis" está marcado para esta quarta-feira, quando o instituto brasileiro também deve firmar uma parceria com o EPO (Escritório Europeu de Patentes). 

A intenção é que a parceria facilite o trânsito de informações entre os pedidos feitos no Brasil e na Europa por meio de tradução do português ao inglês, e vice-versa, dos pedidos. 

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