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terça-feira, 3 de abril de 2012

Governador do Pará mostra programa na Europa

A operação Mamuru II, desenvolvida pelo Governo do Estado, por meio dos seus órgãos de Segurança Pública e Meio Ambiente, promoveu nos últimos 15 dias a conscientização ambiental nas comunidades ao longo do rio Mamuru, no interior do município de Juruti, no oeste do Pará. O objetivo da ação, que fiscalizou vários pontos que eram alvos de madeireiros ilegais, foi combater o desmatamento e orientar a população sobre a preservação da natureza e as concessões florestais que o Estado está autorizando na área.

A ação começou de barco no município de Santarém e percorreu o rio Amazonas até o rio Mamuru, que é seu afluente. Neste braço do Amazonas, durante 15 dias, mais de 10 comunidades foram visitadas pelos órgãos estaduais. A cada parada, além do trabalho de fiscalização na mata, a equipe buscou formar parceiros para a preservação das florestas desta região paraense.

O trabalho foi de levar informação sobre a manutenção da fauna e da flora, além de orientação sobre as leis ambientais vigentes no país e no Estado, de acordo com o cotidiano das comunidades. Durante as conversas, muitas dúvidas foram sanadas, como sobre o uso da motosserra, que é permitido pelo Estado desde que o equipamento esteja legalizado e não seja utilizado para a derrubada de árvores, e sobre a caça de animais silvestres, que não é considerada crime ambiental se for para a subsistência.

O subtenente do Batalhão de Polícia Ambiental da Polícia Militar, José Boaventura, foi quem coordenou as reuniões com as comunidades. Acompanhado de representantes da Polícia Civil e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, ele falou sobre o trabalho que o Estado está realizando para a preservação das florestas no oeste e deixou a mensagem de educação ambiental para as famílias.

“As forças se unem. É função nossa levar esse esclarecimento para essas pessoas, além da fiscalização. Isso é prevenção. Estamos orientando as comunidades para que sejam parceiras no nosso trabalho. A cada comunidade que passamos, deixamos fontes de informação para a nossa fiscalização”, afirmou o subtenente, que repassou às comunidades os contatos da Polícia, pelos quais as famílias podem fazer denúncias de crimes ambientais.

Em uma das comunidades que a operação passou, a Vila Sabina, onde moram cerca de 200 pessoas, estudantes jovens e adultos assistiram a palestra da Mamuru II. Para a aluna da 8ª série da Educação para Jovens e Adultos (EJA), Maria Erlieze, de 29 anos, a conversa sobre educação ambiental foi uma nova experiência. “Aprendi muita coisa. Foi uma experiência que eu nunca tive. A gente sabe muito sobre a preservação da natureza, mas, eu pelo menos, tinha dúvidas se o que eu fazia era certo ou errado. Depois dessa conversa eu tenho consciência de que nós somos os primeiros fiscais dessas florestas e que precisamos ser parceiros do Estado na proteção dessa área”, afirmou a jovem, que participa, na Vila Sabina, do projeto Pé de Pincha, que, por meio da criação em berçários, devolverá este ano à natureza pelo menos 1.500 quelônios.

Em outra comunidade, a Vila Mocambo, o trabalho de conscientização se concentrou nos cuidados com o lixo doméstico. A Mocambo é uma das maiores vilas do rio Mamuru, possui comércio e o consumo de produtos industrializados é grande. O descarte de embalagens plásticas, latas e garrafas é um desafio para os moradores. A equipe estadual apresentou alternativas para as famílias destinarem esses materiais, como a reciclagem.

O professor Alcinei Cidade, de 31 anos, organizou a comunidade para assistir a palestra. Para ele, a mensagem de conscientização preencheu a falta de informação que a comunidade possuía. “Depois da palestra fica o conhecimento de coisas novas, como a reciclagem. Facilita até o nosso trabalho na escola com as crianças. É muito importante a mensagem de preservação. O que não falta hoje aqui, pode faltar no futuro se não soubermos cuidar”, contou Alcinei, que dá aula há um ano no Mocambo.

Operação

A Mamuru II é coordenada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor), em parceria com a Delegacia Estadual de Meio Ambiente (Dema), Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Instituto de Terras do Pará (Iterpa), Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), Polícia Civil e Instituto de Perícias Científicas Renato Chaves. A ação contra o desmatamento e a exploração ilegal de madeira já desarticulou duas madeireiras ilegais que agiam na região do Mamuru. Uma investigação iniciada pela Dema deve identificar os responsáveis pela exploração das florestas.

Segundo depoimentos, a madeira era retirada de comunidades do Mamuru e levada para Parintins (AM) e Belém. A Polícia investiga ainda um suposto acordo para repasse financeiro que teria sido feito em 2010 entre a Associação dos Produtores Rurais do Rio Mamuru (Aprim) e os madeireiros, com o aval da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

Ainda de acordo com os depoimentos já apurados pela Dema, dois homens, Claudecy Pereira, que reside em Paritins (AM), e “Mica”, de Santarém (PA), trabalhavam para a GC Madeiras, que teria como donos dois homens chamados Ciro e Tiago, pai e filho, de Belém. Estes seriam os principais exploradores da região, e faziam acordos financeiros e materiais com as comunidades para garantir a extração. A Polícia Civil do Pará solicitou apoio da Polícia do Amazonas, que já identificou Claudecy e deverá ouvi-lo nos próximos dias. A polícia paraense ainda ouvirá em Santarém o homem conhecido como “Mica”. Conforme o rumo das investigações, e os próximos depoimentos, a Polícia Civil do Pará poderá indiciar os culpados pela exploração.

Fonte: Agência Pará de Notícias

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