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quinta-feira, 29 de março de 2012

FÓRUM MUNDIAL DE SUSTENTABILIDADE COLOCA O BRASIL EM POSIÇÃO DE DESTAQUE NA DISCUSSÃO AMBIENTAL

O tema “Economia Verde e Desenvolvimento Sustentável”
foi debatido por especialistas em Manaus (AM) 
3º Fórum Mundial de Sustentabilidade, em Manaus
Na foto João Doria Jr., presidente do LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, com Rodrigo e Ronaldo Hühn,
diretores da revista Amazônia, que fez enorme sucesso no 3º Fórum Mundial de Sustentabilidade, em Manaus
O Fórum Mundial de Sustentabilidade, realizado entre os dias 22 e 24 de março em Manaus (AM), reuniu em sua terceira edição cerca de 900 líderes empresariais, autoridades, políticos e ambientalistas para discutir a sustentabilidade econômica, ambiental e social. O evento, que acontece anualmente, foi promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, com realização da XYZ Live e apoio do governo do Amazonas. 

Estiveram presentes nomes internacionais como o da ativista social e política, fundadora e presidente da Fundação Bianca Jagger pelos Direitos Humanos, Bianca Jagger; a primeira mulher a ser primeira-ministra da Noruega, Gro Brundtland; o consultor, escritor e jornalista norte-americano, Mark London; o ex-primeiro ministro da França Dominique de Villepin; o diretor-executivo do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo; o coordenador executivo da Rio+20, Brice Lalonde; o chefe do Grupo de Mercados Sustentáveis do IIED (Instituto Internacional para Ambiente e Desenvolvimento), Steve Bass; e uma das mais conhecidas oceanógrafas do mundo, Sylvia Earle. 

O evento contou ainda com a participação do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso; o ex-ministro da Agricultura e presidente do LIDE Agronegócios, Roberto Rodrigues; o cacique e líder maior do povo Suruí, Almir Suruí; o superintendente geral da Fundação Amazonas Sustentável, Virgílio Viana; o diretor de estilo e criação da marca Osklen e fundador do Instituto-E, Oskar Metsavaht; além de diversos especialistas na área. 

A ex-primeira ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, fez um balanço das iniciativas mundiais recentes nas questões envolvendo meio ambiente e pobreza. “Nós tivemos avanços importantes motivados pelo trabalho de indivíduos, empresários e instituições que realmente fazem diferença”, disse. “No entanto, ainda há muito a ser feito: faltam direitos básicos de vida como acesso a serviços de energia, à água e a alimentos”. Ela defendeu investimentos em tecnologias sustentáveis e energias mais limpas para melhorar as desigualdades. “Em 2030, o mundo vai precisar de 50% a mais de alimentos, 40% a mais de energia e 30% a mais de água”, observou. 

Para Brice Lalonde, diretor executivo da Rio+20, há uma falta de liderança hoje em várias partes do mundo. “Eu acho que este é o momento de o Brasil, um país tão entusiasta, liderar essas discussões mundialmente”, sustentou. 

Já Steve Bass, chefe do Grupo de Mercados Sustentáveis do IIED (Instituto Internacional para o Ambiente e Desenvolvimento), falou sobre PSA (Pagamento por Serviços Ambientais), durante o painel que contou, também, com a participação do senador Eduardo Braga e do deputado Arnaldo Jardim. O PSA é um mecanismo que estabelece pagamento àqueles que protegem as florestas nativas ou pratica iniciativas amigáveis ao meio ambiente, em benefício da sociedade. 

O papel de liderança mundial do Brasil nas questões ambientais e de sustentabilidade foi o ponto alto da apresentação de Dominique de Villepin, ex-primeiro ministro da França. “Vocês são o país do possível e a Amazônia pode se tornar um modelo de desenvolvimento sustentável para criar oportunidades econômicas”, afirmou. 

Kumi Naidoo, diretor executivo do Greenpeace, proferiu a palestra “A responsabilidade das empresas por sua pegada ambiental”. Ele fez um apelo aos empresários e governantes brasileiros para que atuem junto com os ambientalistas para encontrar soluções que permitam o desenvolvimento sustentável aliado a um crescimento econômico que permita oportunidades de empregos para todos. 

O ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, destacou as iniciativas da academia, particularmente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no sentido de melhorar a produtividade da agricultura brasileira 

com boas práticas ambientais. Segundo Roberto Rodrigues, há empresas que  só se preocupam com negócios. “Eu tenho confiança de que isso está mudando e de que os avanços que a academia brasileira está promovendo são muito positivos”. 

A ativista social e ambiental Bianca Jagger abordou o tema “Desenvolvimento sustentável e direitos humanos” e defendeu o investimento em energias sustentáveis. “Dizem que energias renováveis são caras, mas veja quanto está custando a construção de Belo Monte”, questionou, em uma referência à usina no Rio Madeira que, segundo ela, irá atingir negativamente a população local. “Não podemos sacrificar as gerações atuais e futuras em prol do desenvolvimento”, afirmou. 

Em seguida, Virgílio Viana, superintendente geral da FAS – Fundação Amazonas Sustentável, apresentou a palestra “REDD+: uma alternativa para empresas e comunidades”. Ele lembrou que o desafio é parar o desmatamento da Amazônia. 

Para ele, “a lógica é fazer com que o desenvolvimento econômico seja a favor da floresta e não contra”. Viana apresentou informações sobre o Programa Bolsa Floresta, que investe em programas de geração de renda que não causem mais desmatamento e atue de forma legalizada. 

Já Almir Suruí, chefe do povo indígena Paiter Suruí (Rondônia), falou sobre “A economia verde e os povos da floresta”. Ele lembrou que “até agora as políticas públicas e privadas não chegam às comunidades em que deveriam”. 

Suruí conclamou os empresários para participarem da criação de um modelo de desenvolvimento da Amazônia. 

O estilista e empresário Oskar Metsavaht, fundador e presidente da grife Osklen, abordou a “Sustentabilidade e a indústria do desejo”. Ele lembrou que o novo luxo é a essência dos valores nobres que uma sociedade tem e reconhece. E entre estes valores estão os socioambientais. “O Brasil precisa se desenvolver economicamente e tem espaço enorme, aproveitando nossa biodiversidade, para se tornar um país desenvolvido, igualitário na renda e de maneira sustentável”, afirmou. 

No encerramento, João Doria Jr., presidente do LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, leu a Carta do Amazonas. Nela o LIDE firma o compromisso de mobilizar a sociedade brasileira pela aprovação de uma legislação nacional de pagamentos por serviços ambientais, reconhecendo este mecanismo como fundamental para garantir o desenvolvimento sustentável. Também destaca dez itens, entre eles o estabelecimento de metas para a universalização do acesso à energia limpa até o ano de 2030 e o uso das respectivas cadeias de valor de grandes corporações para promover o comércio justo e o desenvolvimento sustentável na base da economia. 

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