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sábado, 25 de fevereiro de 2012

Sabesp assina contrato inédito no Japão de US$ 440 milhões para ampliar combate a perdas de água

Medidas vão ampliar oferta de água para 300 mil pessoas

A diretora-presidente da Sabesp, Dilma Pena, assinou na noite desta quarta-feira (22 de fevereiro), em Tóquio, no Japão, um contrato inédito no valor de US$ 440 milhões com a agência de fomento do governo japonês, a Jica. Para esse financiamento haverá uma contrapartida da Sabesp de US$ 240 milhões. O financiamento será utilizado para ampliar e acelerar os investimentos do Programa Corporativo de Redução de Perdas de Água da Sabesp. Criado em 2009, ele tem a meta de baixar as perdas dos atuais 25,6% para um percentual de até 15% no fim desta década. A média brasileira é de 37%, e a do Japão, referência mundial no assunto, é de 3%.

O índice de perdas é calculado pelo volume de água produzido para abastecimento público menos o volume faturado (consumido e pago). As perdas são classificadas em físicas (aquelas decorrentes de vazamentos na rede de abastecimento) e perdas de faturamento (aquelas ocasionadas por fraudes, os chamados “gatos”, e por submedição – falhas em hidrômetros). A composição do total das perdas da Sabesp é de 16,64% para as perdas físicas e de 8,96% para as perdas de faturamento.

“A redução das perdas é prioridade para a Sabesp a fim de que seja garantida a segurança do abastecimento na Região Metropolitana de São Paulo”, afirmou Dilma Pena. Ela destacou que essa região possui baixa disponibilidade hídrica (quantidade de água disponível para abastecimento por habitante) e concentra cerca de 20 milhões de habitantes – 10% da população brasileira –, numa área de 8.051 km2. A disponibilidade hídrica é de apenas 146 mil litros por habitante ao ano, volume muito inferior aos 2,5 milhões de litros anuais recomendados pela ONU. Lembre-se que o valor é inclusive inferior ao de regiões do Nordeste e do deserto do Saara.

Para ter uma ideia da complexidade da ação, a rede de abastecimento de água na Região Metropolitana de São Paulo tem 32,7 mil km de extensão, aproximadamente uma viagem de ida e volta de São Paulo ao Japão. Para verificar a existência de vazamentos, toda a rede tem de ser percorrida e avaliada. Somente em 2011, 47,4 mil km de redes foram vistoriados pela Sabesp. Em média, cada centímetro da rede é pesquisado a cada oito meses, em busca de vazamentos não visíveis, que não afloram na superfície, mas que podem ser detectados com uso de tecnologia adequada. Além das pesquisas e reparos, são trocados preventivamente por ano 195 mil ramais – as redes menores que levam a água da rua até os imóveis. As ações da Sabesp permitiram reduzir as perdas de 32%, em 2006, para os atuais 25,6%.

As principais ações planejadas pela Sabesp até 2016 com esse fortalecimento do Programa de Perdas são:

- Troca de 875 mil ramais prediais (ligação de água da rua até o hidrômetro). Representa 12% do total de ramais da Sabesp
- Substituição de 1,6 mil hidrômetros (22% do total)

- Troca de 674 quilômetros de redes de água. A Sabesp tem um total de 65.960 km de redes (em todo o Estado de São Paulo)

- Pesquisa de vazamentos invisíveis por meio de geofones – tecnologia de detecção por meio de escuta noturna de barulho de jatos de água abaixo do nível do solo. Serão pesquisados 150 mil km de redes, o que significa percorrer toda a rede existente por mais de duas vezes

“Esse conjunto de ações resultará na redução de 1% das perdas por ano, o que equivale à quantidade de água necessária para atender a 300 mil pessoas”, declarou a diretora-presidente.
Os investimentos até 2016 serão de R$ 1,9 bilhão, provenientes das seguintes fontes:
- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - R$ 715 milhões

- Jica – R$ 770 milhões

- Sabesp – R$ 430 milhões

Dilma Pena afirmou que já teve início negociação com o BNDES e a Jica para ampliar o volume de investimentos no Programa de Perdas em mais R$ 1 bilhão, no período entre 2016 e 2020.

A diretora-presidente da Sabesp esteve em Tóquio acompanhada pelo diretor de Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente da companhia, João Baptista Comparini, e pelo diretor Econômico-Financeiro e de Relações com Investidores, Rui de Britto Álvares Affonso.

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