Na data em que se comemora o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, o Amazonas tem números a celebrar. De 2004 a 2010, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE-AM) contabilizou cerca de 110 trabalhadores resgatados em condições análogas à de escravidão. O resultado é considerado pequeno quando comparado a estados como Pará e Mato Grosso – líderes dos casos de exploração.
Dados do Ministério assinalam que há maior incidência do crime em municípios fronteiriços aos demais estados, como Pará, Acre e Rondônia. No geral, as vítimas do trabalho escravo naturais de outras Unidades Federativas. De acordo com o procurador do MTE/AM, Audaliphal Hildebrando, os maranhenses que vêm ao estado são os mais atingidos pelo trabalho escravo.
Investigações apontam que o recrutamento dos trabalhadores é feito por “gatos”, como é chamado o responsável por atrair os imigrantes. “A promessa de emprego é a grande isca utilizada para os trabalhadores de fora, já que o caboclo não se submete a essas condições”, afirmou. “Estamos sempre alertas para toda e qualquer denúncia a respeito de abusos em locais de trabalho”.
De janeiro a dezembro do ano passado, o MTE fiscalizou 6.452 empresas no Amazonas, o que resultou em 8.228 autos de infração lavrados. Os locais mais ‘apropriados’ ao trabalho escravo encontram-se na região Sul do Estado. Conforme o procurador, a preocupação maior por aquela região deve-se à quantidade de sítios, locais de difícil acesso que acabam deixando o cidadão isolado. A consequência do afastamento é a dificuldade em chegar ao local para a verificação.
O MTE e a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) verificam a situação de possível trabalho escravo, depois que houve a denúncia. Após a investigação, outros órgãos são chamados para auxiliar, como o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). Estes ajudam a encontrar e acessar o local.
Nenhum comentário:
Postar um comentário