Uma missão de alto nível da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) viaja de Viena ao Irã neste sábado para discutir com as autoridades iranianas a suspeita de que exista uma dimensão militar no programa nuclear do país, informaram fontes da agência. Está previsto que os inspetores fiquem no Irã até 31 de janeiro.
Esta seria a primeira vez que em os iranianos falam sobre essas alegações, fundamentadas em informações apresentadas em novembro e consideradas "críveis" pela AIEA. Segundo as informações, recebidas pela agência por parte de dezenas de serviços de inteligência, o Irã estaria trabalhando em todos os aspectos necessários para fabricar uma arma atômica.
Em comunicado emitido na última semana, a AIEA disse que esta visita tem como objetivo "resolver todos os assuntos substanciais pendentes" do polêmico programa nuclear do país.
Tensão - A visita acontece no meio de uma nova tensão entre Teerã e a União Europeia pelo anunciado embargo contra importações de petróleo iraniano, uma medida que se une às sanções internacionais aprovadas para obrigar ao Irã que detenha a parte mais polêmica de suas pesquisas nucleares.
Grande parte da comunidade internacional, com os Estados Unidos e Israel na liderança, acusam o regime iraniano de ocultar sob seu programa civil outro de natureza clandestina e caráter militar, cujo objetivo seria produzir bombas nucleares, o que o Irã nega. Teerã afirma que seus esforços no campo nuclear têm como único objetivo o uso pacífico da energia e tecnologia atômica.
Versão iraniana - Neste sábado, o ex-ministro de Relações Exteriores e atual conselheiro para Assuntos Internacionais do Irã, Ali Akbar Velayati, disse em declarações à agência iraniana Isna que o país não freará seu programa nuclear pacífico.
"O Irã não está disposto a deixar ou se abster de suas atividades nucleares pacificas", disse Velayati, que defendeu que seu país sempre atuou de acordo com as normas internacionais e o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TPN). "Os inspetores que chegarão a Teerã poderão realizar a inspeção de acordo com as leis internacionais", acrescentou.
(Com agência EFE)
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