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terça-feira, 22 de novembro de 2011

O Marajó na divisão do Pará

O arquipélago do Marajó na desembocadura do maior rio do mundo em extensão e vazão, o Amazonas, tem 42 mil quilômetros quadrados sendo a maior ilha fluvial do mundo. Composto por doze municípios e reune imensuráveis belezas naturais, algumas pouco exploradas pelo homem.

A exuberância natural se contradiz com as condições sociais existentes no arquipélago. Em números comparativos, a ilha detém os piores índices de desenvolvimento do Brasil. Essa realidade permea a região há séculos, com tímidos avanços no combate a essas mazelas. O Marajó do turismo (restrito a Soure e Salvaterra, formatado pelos governos) é bem diferente do “outro lado” da ilha. Na parte ocidental, temos os municípios de Curralinho, São Sebastião da Boa Vista, Muaná com dados sócio-economicos vexatórios.

Apesar dos latentes problemas, o Marajó continua sendo colocado de lado quando se discute o desenvolvimento na Amazônia. Como se o arquipélago não estivesse situado na referida região. No caso do processo de divisão territorial do Pará, a ilha está de fora, acompanhando de longe a decisão que o Pará (e os habitantes do próprio Marajó) decidirão no próximo dia 11 de dezembro.

No horário eleitoral das quatro frentes (duas à favor e duas contra) não há referência ao arquipélago e seus mais de 500 mil habitantes. Ao Marajó entende-se a partir dessa lógica que tanto faz, tanto fez a divisão. O Marajó continuará excluído. Os separatistas não o querem. Os defensores do Pará o ignoram como se estivesse do outro lado do Atlântico. Seria sina o Marajó ser abandonado? Seria por que não tem gigantescas reservas minerais? Ou potencial de geração de energia?

Esse descaso todo vem fomentando há anos desejo de federalizar o arquipélago. Ou seja, tornar o Marajó território federal. Estaria sob controle direto da União, não mas ficaria esperando ações do Palácio dos Despachos ou da Alepa em Belém. 

Atualmente o Marajó já é federalizado indiretamente. Os gestores quando precisam buscar recursos, convênios, parceria se dirigem à Brasília não mas à Belém. O descaso da capital paraense com o arquipélago é tamanho que fomenta essa discussão da federalização, restrita a elite política marajoara.

Ao Marajó não faz diferença o Pará unido, inteiro ou dividido em três partes. O arquipélago continuará – infelizmente – longe dos debates, das pretensões desenvolvimentistas de Belém, de Marabá ou Santarém. Até quando?

Henrique Branco

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