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quinta-feira, 29 de março de 2012

Amapá se prepara para Rio+20 com debate sobre Economia Verde

Desenvolver um modelo economicamente viável, ecologicamente adequado, politicamente equilibrado e socialmente justo. Foi com este entendimento que o Amapá deu início nesta terça-feira, 27, às discussões para formatar a proposta a ser defendida durante as conferências da Rio+20 - o Fórum Mundial das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável do planeta, que ocorre de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro. 

Os debates fazem parte do seminário "O Amapá e a Economia Verde, bases para a formulação de políticas públicas". O evento, que segue até esta quarta-feira, 28, ocorre no auditório das Promotorias de Justiça do Ministério Público. 

Durante o encontro, representantes de entidades estaduais - dos setores econômico e primário - iniciativa privada, e especialistas ambientais pretendem levantar questões que resultem na formulação de uma política que gere emprego e renda aos povos da floresta, parâmetros que compõem a base do mais recente conceito em desenvolvimento ambiental, a Economia Verde - foco central do debate oportunizado no seminário. 

"A Economia Verde é um conceito novo, que tem muito potencial quando se pensa em desenvolvimento sustentável. Mas, precisa ser compreendido para, a partir deste entendimento, ser um dos alicerces da política pública que queremos para o Amapá e para a Amazônia", considerou o governador Camilo Capiberibe, que participou das discussões na manhã desta terça-feira. 

O secretário de Estado da Indústria, Comércio e Mineração, Reinaldo Picanço, ressaltou que o seminário, além de uma preparação para a Rio+20, tem como objetivo elaborar uma proposta de política que promova desenvolvimento econômico sem agressão ao meio ambiente. 

Para a diretora-presidente do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Ana Euler, palestrante do encontro, o Amapá já passou pelo problema da degradação e agora precisa deslanchar no desenvolvimento sustentável. 

"Nós já consolidamos nossas áreas de preservação. Somos o Estado mais intacto do Brasil em termos de conservação florestal. O próximo passo é criar mecanismos públicos que gerem dividendos, não só para as finanças do Estado, mas também para agricultores, extrativistas, assentados e todos os produtores da floresta", ponderou Euler. 

Nesse primeiro momento, as discussões estão concentradas com os gestores. Porém, o governador garantiu que o debate será aberto à sociedade civil. "Daqui até a Rio mais vinte, ainda teremos outras oportunidades de avaliar propostas e a comunidade não ficará de fora. Queremos que todos participem", assegurou. 

Desafios e Código Florestal 

Camilo Capiberibe colocou à mesa os desafios que o Amapá tem pela frente para a implantação de um modelo sustentável baseado na Economia Verde. Ele falou sobre o cenário adverso para a inserção dos produtos da cadeia da sociobiodiversidade (açaí, castanha do Brasil, pescado etc.) no mercado internacional - cenário imposto pela crise econômica mundial. 

"Nesse plano temos dificuldade. Mas, apesar delas, temos que enxergar mais à frente. Temos o mercado interno. Por isso, primeiramente temos que definir nosso modelo de desenvolvimento econômico florestal. Em seguida, defendê-lo, na Rio mais vinte, e depois consolidá-lo. A partir daí, estaremos prontos para enverdejar a economia", explanou o governador. 

Durante suas as considerações ao final da primeira etapa do encontro, Camilo aproveitou para evidenciar o posicionamento do Amapá contra o Art. 13 do Projeto de Lei nº 1.876/99, substitutivo do Novo Código Florestal. "Mecanismos de desmatamento não serão aceitos pelo Amapá. Vamos garantir a diminuição de gases poluentes, redução da pobreza e desenvolvimento econômico com nossa floresta em pé", afirmou o governador. 

Elder Abreu/IEF 

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