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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Pesquisa detalha tipos de poluição dos rios Pinheiros e Tietê

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) divulgaram recentemente um estudo com dados sobre as características de dois grandes rios que cortam a capital paulista, Tietê e Pinheiros, mostrando que os elementos encontrados neles são distintos, portanto mereceriam tratamentos diferenciados.

O trabalho de pesquisa, feito por uma equipe de sete especialistas ligados à área de saneamento e saúde ambiental, foi realizado durante o período de agosto de 2007 até dezembro de 2008. Através da análise, puderem ser identificados 134 elementos químicos diferentes presentes no trecho urbano dos rios.

A conclusão a que os pesquisadores chegaram é de que existem tipos diferentes de poluições nos dois rios. Além disso, os fatores que mais prejudicam a qualidade da água são os resíduos industriais e o esgoto doméstico.

No caso do rio Tietê, que recebe também as águas do rio Pinheiros, foram identificadas altas concentrações de fósforo, nitrogênio amoniacal, DBO e detergentes. Esses resquícios dão a ideia de que ele seja mais afetado pelos resíduos domésticos, no entanto, também foram identificados elementos resultantes da indústria, como: pilhas e solventes, produtos usados em limpeza a seco e em atividades de “desengorduramento” de metal.

Já o rio Pinheiros, que também teve elementos exclusivos encontrados em suas águas, registrou-se a presença de compostos agrícolas, mesmo que praticamente nenhuma atividade do tipo seja realizada em seu leito. Uma possível explicação é de que os organoclorados identificados sejam fruto do uso de inseticidas aplicados nas margens do rio para reduzir a quantidade de mosquitos. A maior preocupação é em relação aos impactos que a substância pode ter na contaminação da água, pois é considerada cancerígena.

Para os pesquisadores, os dados comprovam que a grande responsabilidade pela poluição dos dois rios é, em grande parte, da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). “A concentração de hidrocarboneto da água (algo que pode ser creditado à omissão da Prefeitura) é ínfima quando comparada à presença de substâncias oriundas do esgoto (que deveria ser tratado pela Sabedp)”, explicou o promotor e coautor do estudo, José Eduardo Lutti, do Ministério Público de São Paulo, em declaração ao jornal O Estado de S. Paulo. O rio Tietê ainda recebe o esgoto proveniente de 33 bairros da metrópole.

O trabalho de recuperação dos rios tem sido feito há muitos anos e hoje está na terceira fase. A etapa, iniciada em agosto de 2011, conta com investimentos de R$ 1,5 bilhão e se prorrogará pelos próximos dez anos.

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