O gerente executivo de Agronegócios do Banco do Brasil, Álvaro Tosseto, divulgou novos dados da instituição sobre o repasse de recursos para financiar atividades contempladas no programa de Agricultura de Baixo Carbono. Enquanto os dados oficiais divulgados pelo Ministério da Agricultura apontavam aplicação de R$ 130,8 milhões pelo BB nesta safra, entre julho a dezembro do ano passado, Tosseto afirmou que o banco fechou 880 contratos no período, para liberação de R$ 249,5 milhões.
Os dados foram apresentados pelo executivo do BB em palestra no seminário de lançamento do Guia de Financiamento Agricultura de Baixo Carbono, promovido pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Segundo levantamento do BB, Minas Gerais lidera a demanda pelos recursos do programa ABC na instituição, com R$ 43,8 milhões (17,6%), seguido do Paraná, com R$ 40,6 milhões (16,3%), e Rio Grande do Sul, com R$ 32,1 milhões (12,9%).
A maior parte dos recursos liberados pelo BB destina-se à implantação de florestas (26,4%). Em seguida vêm as práticas conservacionistas e aplicação de corretivos (21,8%) e recuperação de pastagens (21,5%). A aquisição de animais, que pode atingir até 40% do valor financiado para projetos de exploração sustentável nas propriedades, respondeu por 19,49% das aplicações. Tosseto ressalta que 89% da soja e 79% do milho financiados pelo banco são de áreas onde os produtores utilizam a técnica de plantio direto (cultivo na palha), que se enquadra na filosofia do programa ABC.
Na palestra, Álvaro Tosseto afirmou que vários fatores limitam a demanda pelos financiamentos, como o desconhecimento por parte dos produtores e técnicos das linhas de crédito e das tecnologias difundidas, o que dificulta a elaboração de projetos que atendam às exigências do programa ABC. Ele observa que existe uma mudança de paradigma que precisa ser entendida pelos produtores rurais, pois "ao contrário das linhas comuns do crédito rural, o ABC não financia apenas itens de investimento, mas finalidades".
Tosseto comentou que em algumas regiões há dificuldades de ordem legal, principalmente por causa de problemas fundiários ou ambientais. Ele também destaca a necessidade de maior divulgação da linha pelo governo federal e destaca a fraca atuação dos órgãos estaduais. Na opinião do executivo, a aprovação da reforma do Código Florestal pelo Congresso Nacional deve elevar a procura por financiamentos do ABC.
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