A Secretaria de Agricultura do Estado do Pará (Sagri) começa a executar ainda este ano um projeto piloto destinado a eliminar qualquer risco de contaminação no processo de produção da polpa do açaí, inclusive contágio e proliferação de doenças, como o Mal de Chagas. O projeto prevê a aquisição de máquinas elétricas de descontaminação da fruta, que serão fornecidas a cinco mil produtores e vendedores da polpa do açaí na Região Metropolitana de Belém.
O projeto será viabilizado por meio de convênio a ser firmado entre o Ministério da Agricultura e o Governo do Estado do Pará. O primeiro passo para a assinatura do convênio foi dado nesta quarta-feira, 30, em Brasília, em reunião do ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, com o secretário estadual de Agricultura, Hildegardo Nunes, da qual participou o deputado federal José Priante (PMDB-PA). O parlamentar foi quem propôs ao ministro, atendendo reivindicação da Sagri e da Associação dos Vendedores Artesanais de Açaí de Belém (Avabel).
Pelo convênio, o ministério repassará ao governo paraense os recursos para a aquisição das máquinas, que depois serão cedidas pela Secretaria de Agricultura aos batedores cadastrados na Avabel. Para selar a parceria, o ministro garantiu a liberação, ainda em dezembro, da primeira parcela dos recursos, cujo valor será definido já na próxima semana. Para dar continuidade ao projeto, o deputado Priante destinou R$ 700 mil ao Ministério da Agricultura no Orçamento Geral da União de 2012.
Entusiasmado com o projeto, Mendes Ribeiro declarou: “Quero assinar esse convênio em Belém, junto com os batedores de açaí, para mostrar o interesse do ministério da Agricultura em apoiar iniciativas que fortaleçam a produção e melhorem a qualidade do açaí”. O secretário de Agricultura explicou que o processo de purificação da fruta, além de simples, é prático e eficiente. “O branqueamento consiste em escaldar o fruto do açaí em água quente a 80 graus, temperatura suficiente para eliminar qualquer agente transmissor de doenças. Esse processo será feito por máquinas especiais, projetadas para serem instaladas nos pontos de vendas de açaí e sem custos para os batedores”, ressaltou Hildegardo.
Priante explicou que os batedores se queixam da queda nas vendas do produto depois que a propagação da doença de Chagas foi associada à falta de higiene no transporte do açaí, no armazenamento da fruta e no processo de produção da polpa. Para reverter a retração do consumo, a saída encontrada foi modernizar o processo de produção e oferecer um produto mais saudável, porém, sem abrir mão da preferência do consumidor pelo açaí batido. Como o açaí pasteurizado não tem aceitação em Belém, a alternativa mais viável para recuperar o mercado é usar essas máquinas na produção da polpa, explicou Priante. “O uso desses equipamentos vai permitir que o consumidor receba o mesmo açaí batido em máquina, porém, bem mais saudável e de acordo com os padrões de saúde e segurança alimentar. Ou seja, sem bactérias. Assim, todos saem ganhando: o consumidor, o vendedor, o mercado do açaí”.
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