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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Ceforr oferece formações iniciada e continuada para professores indígenas

O Centro Estadual de Formação dos Profissionais da Educação de Roraima (Ceforr), por meio da Gerência de Formação indígena, realiza a formação iniciada Yarapiari, que contempla os povos na terra indígena Yanomami (Yanomami, Ninam, Yanomae e Sanumá). A formação de 60 professores de magistério e nível médio será concluída no dia 5 de dezembro, na comunidade da Malacacheta. 


 Os alunos, que agora serão professores indígenas diplomados, tiveram aulas de História, Geografia, pesquisa, Língua Portuguesa, Matemática, Biologia, princípios da educação, Educação Física e Educação Ambiental.

“A meta foi alcançada, que é melhorar a qualificação da educação do povo yanomami. Pretendemos desenvolver escolas yanomami multilíngues que são essenciais nos processos de aprendizagens”, disse a gerente de Formação Indígena, Edite Andrade.

Yarapiari é o nome dado pelos indígenas ao espírito do sabiá. Eles acreditam que o desenvolvimento das faculdades intelectuais se dá a partir desse espírito.

MURUMURUTÁ - Já a formação Murumurutá é continuada. Quarenta e nove professores das línguas indígenas Macuxi e Wapichana, que já desenvolvem o trabalho no processo educacional indígena do estado, agora passam pela segunda de oito etapas do curso. O processo inteiro de formação deve durar quatro anos. Eles serão especialistas em linguística destas línguas nativas. As aulas serão ministradas ao longo do curso pelo linguista Helder Perri Ferreira e pelas assessoras indígenas Nilzimara Souza (da etnia Wapichana) e Nardele Maximino (da etnia Macuxi).

“Foi a forma que o estado encontrou de valorizar a cultura indígena – oferecendo a melhor educação para eles. Temos que incentivar essa revitalização, pois o que vemos é o esquecimento da língua materna pelos próprios indígenas”, frisou Edite.

Murumurutá é um nome de um pássaro na língua Macuxi. É conhecido como corrupião, na Língua Portuguesa. O corrupião é um pássaro que imita outros pássaros.

METODOLOGIA - Em diversas situações, a metodologia aplicada durante a formação indígena precisa ser específica para ser bem aceita pela comunidade indígena. O acompanhamento pedagógico é fundamental. Há ainda o processo de aprendizagem presencial (com cursos, estágios e pesquisas) e o não presencial (com estudos autônomos e intercâmbios com outras escolas indígenas).

O material didático é produzido pelos professores e assessores indígenas e dá-se uma atenção especial à interdisciplinaridade, em que há uma preocupação em compartilhar os saberes entre os participantes. Outras linhas metodológicas se voltam à Etnografia simétrica (com o estudo das sociedades ocidentais) e o Planejamento Participativo, durante a participação no curso, os professores e assessores discutem com as próprias comunidades o que eles esperam do processo de formação.

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