O artesanato brasileiro ganha novo fôlego com a proximidade da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil. O mercado está aquecido e a demanda interna e externa pelo produto artesanal segue em ritmo acelerado. O bom momento para negócios pode ser comprovado na 22ª Feira Nacional de Artesanato (FNA), que acontece entre os dias 22 e 27 de novembro na capital mineira.
Segundo a coordenadora de exportação do Instituto Centro de Capacitação e Apoio ao Empreendedor (ICCAPE), Malú Drumond, a expectativa para os seis dias de evento é gerar US$ 1 milhão em negócios, valor que pode chegar a US$ 3 milhões nos 12 meses seguintes. Ela explica que a venda do artesanato nacional tem potencial para crescer no mercado externo. “Sabemos que uma crise na Europa afeta de forma negativa a exportação de produtos de segunda necessidade. No entanto, o artesanato nacional possui um diferencial que mantém a demanda constante no exterior”.
São esperados cerca de 150 compradores vindos de vários países: Estados Unidos, Canadá, Bolívia, França, Índia, Portugal e Japão. Entre eles, há convidados do projeto Comprador, parceria entre o Instituto Centro Cape, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e Associação Brasileira de Exportação de Artesanato (Abexa).
Uma prova de que o Brasil está em alta no mercado internacional é a rede de lojas El Corte Inglés, da Espanha e Portugal. A marca veio buscar aqui, em maio deste ano, peças artesanais que representassem a cultura brasileira. Acabou investindo € 1,1 milhão, sendo € 750 mil apenas em Minas Gerais.
Outras duas empresas interessadas no artesanato brasileiro são a Macy’s e T.J.Maxx, ambas dos Estados Unidos. O primeiro contato para a comercialização de produtos nacionais foi feito por meio do ICCAPE. Amostras e fotografias de produtos mineiros já foram enviadas para as redes americanas.
Pesquisa do Instituto Vox Populi, realizada em novembro do ano passado durante a Feira Nacional de Artesanato, mostra que a quantidade de artesãos exportadores aumentou. Dados do levantamento indicam que dois de cada dez artesãos venderam seus produtos para o mercado internacional em 2010, contra apenas metade desse número em 2009. Os números indicam ainda que o faturamento de quem exporta pode chegar a cerca de R$ 12 mil. Enquanto que os artesãos que vendem apenas para o mercado nacional lucram R$ 8,5 mil.
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