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sábado, 19 de novembro de 2011

1/3 de tudo que você compra vai direto para o lixo

Enquanto estudiosos se engalfinham em discussões intermináveis sobre a questão da fome no Brasil e no mundo, milhões de crianças crescem desnutridas ou subnutridas, com sérias conseqüências para seu desenvolvimento físico, mental e intelectual, à medida que outros milhões — adultos e crianças — morrem de fome. E apesar disso, milhares de toneladas de alimentos são jogadas no lixo.

A fome e o desperdício de alimentos são dois dos mais relevantes problemas que o Brasil enfrenta, constituindo-se em um dos maiores paradoxos de nosso país, já que produz um excedente de 25,7 % dos alimentos que necessita para alimentar a sua população. Ao passo que simultaneamente temos milhões de excluídos sem acesso aos alimentos em quantidade e/ou qualidade para que se mantenham, primeiramente, vivos e, quando assegurada a sobrevivência, com saúde e capacidade adequada ao desenvolvimento humano.

Acredita-se que alimentos eliminados indiscriminadamente poderiam ser aproveitados como principal fonte de combate aos efeitos da fome, desnutrição e subnutrição. Ou seja, sem se gastar nem mais um centavo com a produção de alimentos, apenas nos dedicando objetivamente a recuperar este desperdício, estaríamos oferecendo alimentação a 72 milhões de brasileiros que se encontram em insegurança alimentar.

Ao desperdiçarmos toneladas de alimentos diariamente, contribuímos para a degradação econômica e social do nosso país, prejudicando a saúde de milhões de pessoas, cidadãos que sofrem com a irracionalidade do desperdício.

Aproximadamente 64% do que se planta no Brasil é perdido ao longo da cadeia produtiva: 

20% na colheita;
8% no transporte e armazenamento;
15% na indústria de processamento;
1% no varejo;
20% no processamento culinário e hábitos alimentares.
Atualmente, das 10 mil toneladas de produtos que entram diariamente no CEAGESP, 1% (100 toneladas) vai para o lixo, isto significa 100 mil kg/dia, sendo que entre 30% e 50% do lixo é composto de alimento próprio para o consumo. 

Segundo Embrapa, o Brasil desperdiça 37 quilos de hortaliças por pessoa ao ano, cerca de 35% de todas as hortaliças que produz. 

Por dia, 39.000 toneladas de alimentos são jogadas fora. Isto seria suficiente para alimentar 19 milhões de pessoas com as três refeições básicas: café da manhã, almoço e jantar. 

Segundo as últimas estimativas da FAO, mais de 1 milhão de pessoas são vítimas da fome no mundo. Mesmo assim, ¼ dos gêneros alimentícios é perdido em todas as etapas do sistema de produção dos alimentos. 
(cerca de 24.000 pessoas morrem diariamente devido à fome, ou a causas relacionadas a ela.)

As perdas frequentemente ocorrem por causa de: 

Eliminação de produtos deformados durante a colheita;
Uso de embalagens inadequadas durante o transporte e distribuição - frutas, legumes e verduras são empilhados em caixas retangulares que quase nunca conseguem deixar os alimentos intactos, elas amassam os que estão em baixo, arranham e machucam os alimentos;
Seleção somente dos melhores produtos pela indústria, causando descarte dos que não passam no controle de qualidade;
Descarte de produtos próximos da data de vencimento pelos varejos;
Processamento culinário inadequado na casa do consumidor não priorizando o aproveitamento integral dos alimentos e comprando um volume maior do que o próprio consumo, levando a mais desperdícios. 
De acordo com o Instituto Akatu, cerca de 20% a 40% dos alimentos que uma família brasileira compra vão para o lixo. 

No entanto, se uma família deixar de desperdiçar 20% dos alimentos e investir esse valor, terá acumulado ao longo da vida mais de 800 mil reais. Se o apelo de consumo consciente não for suficiente para modificar os nossos hábitos, esperamos, quem sabe, que o apelo financeiro o seja. 

A campanha do Instituto Akatu visa incentivar o consumidor a diminuir o desperdício de alimentos, ao mostrar o quanto a atitude impacta no bolso das pessoas. 

Dicas de combate ao desperdício de alimentos:

Planeje as compras verificando o que já tem em casa. Opte pelo essencial.
Siga a lista que preparou no supermercado. Procure fazer as compras após as refeições. E adquira na quantidade de consumo da sua família.
Compre verduras, legumes e frutas semanalmente.
Não se importe com pequenas imperfeições destes alimentos, pois isto indica um menor uso dos agrotóxicos.
Coma primeiro as frutas mais maduras.
Prepare salada de frutas, vitaminas, aproveitando os alimentos disponíveis com criatividade.
No preparo, procure aproveitar integralmente os alimentos, sempre que possível.
Os talos de couve, agrião, beterraba, brócolis e salsa, entre outros, contêm fibras e devem ser aproveitados em refogados, no feijão e na sopa.
As folhas da cenoura são ricas em vitamina A e devem ser aproveitadas para fazer bolinhos, sopas ou picadinhos em saladas. O mesmo pode se dizer das folhas duras da salsa.
A água do cozimento das batatas acaba concentrando todas as vitaminas. Aproveite-a, juntando leite em pó e manteiga para fazer purê.
As cascas da batata, depois de bem lavadas, podem ser fritas em óleo quente e servidas como aperitivo.
A casca da laranja fresca pode ser usada em pratos doces à base de leite, como arroz doce e cremes.
A parte branca da melancia pode ser usada para fazer doce, que se prepara como o doce de mamão verde.
Com as cascas das frutas (ex: goiaba, abacaxi, etc.), pode-se preparar sucos batendo-as no liquidificador. Este suco pode ser aproveitado para substituir ingredientes líquidos no preparo de bolos.
Evite consumir folhas com aparência amarelada.
Cozinhe as verduras a vapor, assim elas não perderão o valor nutritivo.
Evite o desperdício de alimentos, contribuindo assim para o atual desafio global da construção da sustentabilidade da vida no planeta.

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