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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Novo anticoagulante reduz risco de AVC em 75%

Doença que mais mata no Brasil, o derrame pode ser desencadeado pelo tipo mais comum de arritmia cardíaca, que afeta 1,5 milhão de brasileiros. Novo medicamento, Pradaxa (dabigatrana) previne 3 de cada 4 AVCs em relação ao não tratamento.

A cada cinco minutos um brasileiro morre em decorrência do AVC, que mata 100 mil pessoas por ano no País. O acidente vascular cerebral, popularmente chamado de derrame, é a maior causa de morte no Brasil, e pode ser desencadeado por um problema no ritmo do coração – fato ainda desconhecido pela maioria das pessoas.

O tipo de arritmia cardíaca mais frequente na população mundial aumenta em cinco vezes o risco de AVC. Um em cada seis derrames são causados pela fibrilação atrial, doença que provoca a formação de coágulos dentro do coração, que podem chegar até o cérebro e entupir um vaso sanguíneo – ocasionando o AVC.

A boa notícia é que os brasileiros acabaram de ganhar uma nova alternativa para a prevenção do derrame nas pessoas que sofrem de fibrilação atrial. Primeiro de uma nova geração de anticoagulantes orais, Pradaxa (dabigatrana) foi aprovado pela Anvisa com base em estudos clínicos com mais de 18 mil pacientes em todo o mundo.

Para evitar o AVC, muitos pacientes com fibrilação atrial precisam tomar remédios anticoagulantes – assim chamados porque evitam a formação de coágulos. A terapia anticoagulante padrão foi lançada há mais de 50 anos e apresenta uma série de limitações que complicam a sua utilização – tais como restrições alimentares, interações com vários medicamentos e necessidade de exames de sangue frequentes para ajustar a dose do remédio.

“De acordo com os estudos, o novo medicamento previne três de cada quatro derrames decorrentes da fibrilação atrial,” afirma o eletrofisiologista Dalmo Moreira, professor titular do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, de São Paulo.

Segundo o médico, as principais vantagens de Pradaxa são sua maior eficácia na prevenção do AVC e maior segurança, quando comparado ao tratamento disponível. Os estudos mostraram que o novo anticoagulante reduz em 75% o risco de AVC em relação ao placebo. Quando comparado ao medicamento mais antigo, a proteção de Pradaxa contra o AVC é 35% superior.

Além disso, Pradaxa proporciona mais comodidade para o paciente por ser de fácil utilização, sem interações com alimentos e baixo potencial de interação com medicamentos. Outro diferencial é que não há necessidade de exames de sangue frequentes para acompanhamento e ajuste de dose, ao contrário da terapia atual.

“A nova geração de anticoagulantes orais chega para suprir as sérias limitações da terapia atual, que incluem interações medicamentosas, alimentares, necessidade de exames de sangue mensais ou até semanais e risco de hemorragia”, salienta Dalmo Moreira. “Por conta de todos esses fatores, 85% das pessoas que precisam de tratamento anticoagulante não estão recebendo a terapia adequadamente, correndo risco de sofrer um AVC”, completa o médico.

Sobre o AVC e a Fibrilação Atrial
O derrame é a doença que mais mata no Brasil e a principal causa de incapacitação no mundo, por conta das sequelas que pode deixar. Um dos principais fatores de risco para o AVC é a fibrilação atrial, que aumenta em cinco vezes as chances de sofrer um derrame. Em todo o mundo, por ano, três milhões de pessoas têm AVC relacionado à fibrilação atrial.

A principal característica da fibrilação atrial é a irregularidade dos batimentos cardíacos. Esta arritmia acomete cerca de 1,5 milhão de brasileiros e pode apresentar sintomas como palpitação, tontura, falta de ar e dor no peito. No entanto, na maioria das vezes, é uma doença assintomática.

“A fibrilação atrial é a arritmia mais comum da prática clínica, tornando-se mais frequente a partir dos 50 anos. Desta idade em diante, a incidência dobra a cada 10 anos e, por conta disso, a ocorrência de AVC também é maior”, afirma Dr. Dalmo.

Algumas doenças e fatores relacionados ao estilo de vida podem desencadear a fibrilação atrial: hipertensão, diabetes, insuficiência cardíaca, hipertireoidismo e o consumo excessivo de bebida alcoólica.

Dados Estudo RE-LY (Randomized Evaluation of Long term anticoagulant therapY)

• Mais de 18 mil – pacientes que participaram do estudo RE-LY.
• 2 anos – tempo de acompanhamento de cada paciente durante o estudo.
• 35% - eficácia de Pradaxa 150 mg em relação à varfarina para prevenção de AVC.
• 59% - taxa significativamente menor de sangramento potencialmente fatal e intracraniano.
• 21% - eficácia de Pradaxa 110 mg para redução das taxas de sangramentos total .
• 74% e 69% - redução do risco de AVC hemorrágico para paciente que receberam Pradaxa nas doses de 150 mg e 110 mg, respectivamente (em comparação à varfarina)
• 12% - taxa de redução da mortalidade para pacientes de Pradaxa 150 mg (em comparação à varfarina)

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