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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Cidades portuárias querem reduzir idade média dos caminhões


Associação de municípios já deu pontapé inicial para colocar em prática plano de renovação de frota da CNT.

Caminhões antigos circulam livremente pelos principais portos brasileiros, o que preocupa as autoridades. Além da poluição atmosférica, os veículos com mais de 30 anos estão envolvidos em grande parte dos acidentes e congestionamentos nas regiões metropolitanas, o que resulta em reflexos negativos e graves no trânsito, na economia e na saúde da população.

Com o intuito de transformar essa realidade, a Associação Brasileira dos Municípios Portuários (ABMP), entidade que congrega 88 cidades, pretende implantar um projeto elaborado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), o RenovAr – Plano Nacional de Renovação de Frota de Caminhões. O assunto foi debatido durante reunião dos membros da associação, no início de setembro, e já rendeu frutos.

No último dia 13, foi realizado em Brasília (DF) um encontro com representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, do Sindicato dos Transportadores Autônomos da Baixada Santista, da CNT e da Secretaria de Portos para discutir maneiras de se implantar o programa. Como resultado, foi decidido que será criado um grupo de trabalho para elaborar um projeto voltado às cidades portuárias com base no documento da CNT.

“Está claro para todos que o fim do ciclo de vida desses caminhões é a atividade portuária por várias razões, inclusive por natureza de fiscalização e por conta do trajeto, pois são viagens curtas e que não dependem de estradas”, disse à Agência CNT de Notícias o presidente da ABMP, o prefeito de Santos João Paulo Papa.

A utilização de veículos com idade média avançada acarreta em maior consumo de combustível e de insumos, maiores gastos com manutenção, maior emissão de poluentes, menor segurança e conforto.

Em Santos (SP), segundo a prefeitura, o transporte de cargas dos contêineres da área portuária rumo à cidade, por exemplo, é feito por cinco mil caminhões, dos quais 90% têm mais de 30 anos. “Enquanto as cidades hoje têm metas de redução de emissões, nós estamos convivendo com um dos fatores que mais agravam essa situação”, afirma o prefeito do município.

RenovAr
O objetivo principal do RenovAr é incentivar a renovação da frota de caminhões, com medidas como a isenção de tributos (o ICMS, por exemplo, recolhido sobre a circulação de mercadorias e prestações de serviços de transporte), a criação de centros de reciclagem de veículos e a desburocratização do financiamento para a troca dos veículos.

“Os caminhoneiros autônomos não têm acesso a crédito para renovação da frota. Então o governo precisa estabelecer condições especiais voltadas para esse público particular. O processo de renovação da frota está atrasado em pelo menos uns dez anos, e temos que correr atrás desse tempo. A meta é tentar fazer um esforço político para ser implantado com extrema urgência nas cidades com portos. Isso é fundamental”, defende João Paulo Papa.

Segundo a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), a frota atual de caminhões no país é de 1.537.701. Desses, 46% são de autônomos com idade média de 18,5 anos; 53% de empresas com idade média de 7,9 anos; e o restante, de cooperativas com idade média de 13,3 anos. A idade média de toda a frota é de 12,8 anos.

Por isso, o RenovAr é dirigido prioritariamente para caminhoneiros autônomos e micro-empresas de transportes proprietárias de caminhões com idade superior a 30 anos. E tem como premissa a entrega, pelos proprietários, de seus respectivos veículos velhos, recebendo em troca um bônus do governo federal que será válido somente para aquisição de outro caminhão mais novo. Tal ação permitirá uma migração vertical na cadeia de consumo desses bens.

O objetivo é direcionar o veículo antigo para centros de reciclagem. Nessas instalações os veículos velhos serão tratados de forma ambientalmente correta, sendo aí submetidos a dois tipos de operações: operações de despoluição e operações de reciclagem de peças.

A próxima reunião do grupo de trabalho do ministério e da ABMP deve acontecer na próxima semana, em Santos, e vai analisar um levantamento que está em andamento sobre a frota de caminhões que circula pelos principais portos do país.

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