Nos desertos, a média da umidade relativa do ar é de 10%. As chuvas no Amazonas também estão abaixo da média.
Manaus registrou nesta quinta-feira (11) uma umidade relativa do ar de 18%, a menor da série histórica em 102 anos já registrada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Amazonas. Uma intensa massa de ar quente e seca vem provocando a queda brusca de umidade do ar na região Centro-Sul do Amazonas.
Esse percentual de umidade relativa é incomum para a Amazônia, região marcada pelo clima quente e úmido.
Ano passado, quando foi registrada a maior seca na bacia amazônica, a umidade relativa do ar em Manaus ficou entre 25% e 30%. Este ano, as chuvas no Amazonas estão abaixo da média para o período, segundo o Inmet.
Nesta quarta-feira (10) a umidade chegou a 29%, deixando a situação em estágio de atenção. A umidade de 18% já coloca Manaus em estágio de alerta, segundo a chefe do 1º Distrito de Meteorologia do Inmet, Lúcia Gularte.
Lúcia salientou que 18% de umidade relativa expõe uma qualidade de ar ruim que causa vários efeitos nocivos na saúde das pessoas, especialmente em crianças e idosos. Caso a umidade caia ainda mais, Manaus deve ficar em estado de emergência. Para se ter uma ideia da gravidade, no desertos a umidade relativa é de 10%.
Efeitos
A umidade relativa do ar é o percentual de água numa parcela de ar. Se apenas 18% são registrados isto significa que os 82% restantes são compostos por partículas sólidas graves à saúde, formadas por dióxidos de carbono e de enxofre e poluição. Esta condição muda a constituição da atmosfera.
“O corpo humano é movido à água. Mas ele não está acostumado mudanças bruscas de temperatura e umidade. Com essas quedas a saúde do ser humano sofre vários problemas”, explicou.
Outro risco é o aumento dos incêndios florestais na cidade pois a vegetação fica mais seca.
Na avaliação da meteorologista, a Defesa Civil já deveria ter emitido alerta à sociedade sobre a situação, sobretudo em escolas e em hospitais.
Para driblar os efeitos da umidade baixa, ela recomendou população a umidificar o ambiente com toalhas molhadas e recipientes com água. Outra orientação é que as pessoas evitem fazer exercícios físicos entre 11h e 15h. As pessoas também devem tomar bastante água.
Neste período o índice de radiação ultravioleta é extrema. Uma das conseqüências da baixa umidade é o envelhecimento precoce”, afirmou.
A causa da baixa anormal da umidade, segundo Lúcia Gularte, é uma intensa massa de ar quente registrada em Manaus causada por variedades climáticas e o registro de chuvas abaixo da média para o período. Ela explicou na região sul do Amazonas a situação “está pior”.
Temperatura
O mês de agosto também vem registrando recordes de temperatura elevada. Na (10) a temperatura chegou a 36,7 graus Celsius. Na quinta, em 36,4.
Ano passado, o dia mais quente do ano foi registrado no dia 30 de setembro, com 38,3 graus (à sombra).
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