Pesquisadores já percorreram 12 estados, nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Última etapa de campo, na Região Norte, segue até meados de agosto
Todas as crianças de até 5 anos de idade moradoras das 102 comunidades quilombolas do Pará e Amapá estão sendo pesadas e medidas por pesquisadores do Núcleo de Pesquisa, Informação e Políticas Públicas da Universidade Federal Fluminense (Datauff). A instituição, contratada por meio de licitação pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), vai coletar dados da pesquisa de avaliação nutricional.
O estudo, conduzido pelo MDS, em parceria com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), tem como objetivo analisar o perfil nutricional de crianças menores de 5 anos de idade, além de avaliar a situação socioeconômica das famílias.
Quatro meses após o início da coleta de dados em campo, as equipes da Pesquisa de Avaliação da Situação de Segurança Alimentar e Nutricional em Comunidades Quilombolas Tituladas já visitaram 12 estados. Agora, os pesquisadores estão aplicando questionários nos estados do Pará e Amapá. Lá estão 102 dos 173 territórios que serão mapeados.
“A fase de campo é o centro da pesquisa. A partir dos questionários, teremos um retrato detalhado da situação das famílias quilombolas que residem em territórios titulados, da sua situação alimentar e nutricional, do acesso a bens e equipamentos públicos e da cobertura dos programas e políticas sociais”, explica a diretora de Avaliação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Júnia Quiroga.
Etapas
A coleta de dados começou em abril e deve se estender até 20 de agosto. Mas a preparação da pesquisa teve início meses antes. O primeiro passo foi a definição do universo a ser pesquisado. O MDS incluiu as comunidades que receberam título de posse coletiva da terra até 2009, emitido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ou outros órgãos oficiais. “Posteriormente, as comunidades tituladas após esse prazo poderão ser incluídas em novas pesquisas”, afirma Júnia.
Em junho de 2010, foi publicado o aviso de licitação para escolher a instituição responsável pelas visitas de campo e coleta de dados. O processo seletivo durou seis meses, até a assinatura do contrato com a Fundação Euclides da Cunha (FEC), ligada ao DataUFF.
Ao longo desse período, a Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (Sagi) do MDS cuidou da elaboração do questionário, com a colaboração de outras secretarias do MDS, ministérios parceiros e representantes dos quilombolas.
Em seguida, os questionários foram pré-testados em dois momentos distintos, com a presença de representantes da Sagi, do Ministério da Saúde e da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). Os pré-testes foram feitos em outubro, nas comunidades de Mesquita e Almeida, em Goiás.
Preparação
Em novembro de 2010, iniciaram-se as oficinas regionais preparatórias para que as lideranças das comunidades fossem informadas sobre a realização da pesquisa e mobilizadas a participar. Só então a coleta dos dados propriamente dita começou.
Após a conclusão das visitas de campo, a pesquisa entrará na fase de análise dos dados. Até o final de 2011 será possível obter números gerais, porém os resultados detalhados só serão conhecidos em 2012.
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