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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Ministério recebe inscrições para bolsas de intercâmbio artístico e cultural

Mais de 200 interessados em obter apoio financeiro do Ministério da Cultura para participar de eventos artísticos e culturais promovidos por instituições brasileiras ou estrangeiras já procuraram o Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural do governo. A demanda é considerada satisfatória pelo coordenador do programa, Diogo Baldacci, para quem a tendência é que o número aumente à medida que se aproxima o fim do prazo para as inscrições do primeiro grupo de benefícios.

Criada em 2003, a iniciativa, que está a cargo da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura do ministério, concede uma espécie de bolsa em dinheiro a artistas, técnicos, agentes culturais e estudiosos. Para benefícios individuais, os valores variam de R$ 500 (para viagens no estado do próprio requerente) a R$ 5 mil (para viagens a países da Europa, África, Ásia e Oceania).

Além do apoio financeiro para viagens, os contemplados ainda podem solicitar recursos para participar de cursos ou residências no Brasil e no exterior. Os valores, nesse caso, variam de R$ 1 mil a R$ 2 mil mensais, concedidos por, no máximo, três meses.

As inscrições devem ser feitas exclusivamente pela página do ministério na internet:  Para eventos programados para outubro, os pedidos de apoio devem ser encaminhados até 25 de agosto. Instruções, editais e o cronograma de inscrições até março de 2012 também estão disponíveis na internet.

Baldacci orienta os interessados a ler a cartilha e o edital do programa antes de preencher o pedido de bolsa, a fim de evitar erros que invalidem a inscrição. Segundo ele, em anos anteriores, os erros mais comuns estavam ligados a problemas simples como perda dos prazos - que indica falta de atenção às regras - e não confirmação do envio do documento preenchido.

Em 2010, o ministério destinou R$ 2,3 milhões para esse tipo de bolsa, beneficiando 767 pessoas ou 282 requerimentos (180 individuais e 102 de grupos). Este ano, o valor subiu para R$ 3,3 milhões e a expectativa do ministério é que o número de contemplados também seja maior que no ano passado.

De acordo com Baldacci, além de permitir aos contemplados divulgar os trabalhos e adquirir novos conhecimentos e experiências, o programa ajuda a tornar mais conhecida parte da produção cultural brasileira. Além disso, há ainda a disseminação do conhecimento, já que, como contrapartida do dinheiro público recebido, o beneficiado tem que, ao retornar, dar algum retorno direto à sociedade, como participar de uma apresentação pública ou dar uma palestra ou um curso sobre a área de estudos que foi objeto da bolsa.

Para Wenderson Godoi dos Santos, do Grupo Hibridus de Dança, criado em 2002 na cidade mineira de Ipatinga, a 200 quilômetros de Belo Horizonte, o programa foi fundamental. “Este tipo de iniciativa é bacana demais porque diminui distâncias, principalmente, para os grupos do interior do país que lidam com maiores dificuldades para circular, mostrar seus trabalhos e conhecer outras companhias”.

O Hibridus já foi contemplado duas vezes. Na segunda, recebeu ajuda de R$ 8 mil, que permitiu a compra de passagens aéreas para que parte da companhia viajasse à Argentina para participar do Festival de Dança Contemporânea de Buenos Aires. “O festival bancou hospedagem e alimentação, mas sem o edital do ministério seria muito mais difícil conseguirmos participar do evento, já que as passagens aéreas são o [item] mais caro [da viagem], seria quase impossível”.

Para o dançarino, o processo de inscrição no programa de intercâmbio é simples e a seleção, transparente. “O único porém é que, como qualquer outro recurso público, demora a ser pago. No nosso caso, o dinheiro só foi depositado em nossa conta quando já tínhamos voltado da viagem. Mesmo assim, como já sabíamos que havíamos sido contemplados, pudemos comprar as passagens no cartão de crédito”.

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