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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Carbono é a pior commodity do mundo

Os certificados de carbono continuam em baixa, confirmando seu status atual de pior commodity do mundo. Um Certificado de Redução de Emissões (CRE), equivalente a 1 tonelada de carbono, estava sendo negociado a 7,4 em Londres na semana passada. Para se ter uma ideia, no auge do êxito do mercado, em 2007, um CRE custava 18.

Na sexta-feira, a Chicago Climate Futures Exchange (CCFE), a maior plataforma de commodities ambientais dos EUA, anunciou que vai deixar de operar em 2012, por falta de volume de negócios e de uma política de regulamentação do governo. Mas, ao mesmo tempo em que a demanda pelos títulos é baixa, a oferta cresceu, impulsionada pela crise que assola a Europa.

"Uma recessão profunda na União Europeia pode ser fatal para o mercado de carbono", afirmou Marius-Cristian Frunza, analista da Schwarzthal Kapital.

As empresas europeias operam com limites de permissão de emissões. Quando emitem mais do que seria permitido, elas têm de compensar, comprando certificados para equilibrar as contas. Quando emitem menos, podem estocar os certificados, para usar quando necessário.

"Com a crise, a produtividade caiu, as emissões caíram e as empresas acumulam permissões de emissões", explica Carlos Henrique Delpupo, engenheiro e diretor da consultoria Keyassociados. Segundo ele, o problema é que, com excesso de permissões de emissão, as empresas se desobrigam de investir em novas tecnologias para reduzir emissões.

Altos e baixos. Os CREs tiveram um pico de alta logo após o desastre de Fukushima, chegando a 17.

"Quando a Alemanha anunciou a moratória em suas usinas nucleares, o mundo esperou uma alta do uso de combustíveis fósseis e da procura pelos CREs. Mas duas situações mudaram esse cenário: a crise econômica na zona do euro e o anúncio, feito pelo parlamento europeu no final de junho, das intenções de modificar as matrizes energéticas do bloco até 2022, com ênfase nas fontes renováveis. Essa expectativa fez o preço do certificado baixar", explica o advogado e economista Rodrigo Franco, da Carbon Market Consulting.

A falência de negociar um novo acordo que substitua o Protocolo de Kyoto em 2012 também ameaça o mercado de carbono. "Pode haver um vácuo no mercado se não negociarmos o acordo logo", opina Delpupo. "Mas, com a crise econômica aguda, é mais difícil fechar um acordo global."

Para Franco, mesmo que haja um acordo na próxima reunião climática da ONU, em Durban (África do Sul), o mercado deve ditar as regras por algum tempo.

"Não vai haver tempo hábil para que as nações o ratifiquem. Consequentemente, nesse período, o próprio mercado vai balizar as transações, e não a política internacional", diz ele.

Em meio à crise, a expectativa é a abertura do mercado californiano de carbono, que deve entrar em operação em 2013.

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