Em mais uma medida para combater a violência na ilha do Marajó, o governo do Estado tomará uma atitude considerada inédita pela própria Associação dos Municípios do Arquipélago (Amam). Até setembro deste ano, todos as cidades marajoaras contarão com a presença de pelo menos um delegado. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (13), pelo chefe da Casa Civil da Governadoria, Zenaldo Coutinho, durante reunião no Centro Integrado de Governo (CIG).
O encontro com os prefeitos teve como intuito de debater medidas de combate à criminalidade na região. Dos 22 delegados que vão se formar nos próximos três meses, pelo menos cinco vão para o arquipélago, cobrindo, assim, aquelas cidades que ainda não tinham a presença desse profissional.
Além disso, a região, que já vinha recebendo uma atenção especial nos primeiros seis meses da administração de Simão Jatene – em algumas localidades o efetivo da Polícia Militar dobrou –, receberá novas viaturas, entre carros e motos, para ajudar na segurança. As três lanchas que estão sendo reparadas, somadas às que já estão em atuação em todo o Estado, também vão auxiliar nessa luta contra a violência.
O encontro desta quarta-feira, solicitado pela Amam, teve a presença de representantes de doze dos 16 municípios do arquipélago, dos quais nove prefeitos. Zenaldo Coutinho, o comandante-geral da Polícia Militar, Mário Solano; o delegado geral da Polícia Civil, Nilton Atayde; o diretor de Polícia do Interior, Silvio Maués, e promotores de Justiça que atuam em municípios da região também participaram da reunião.
Reforço – O chefe da Casa Civil destacou o intenso trabalho do Estado para resolver o problema de insegurança no município e sugeriu que outros debates sobre o tema fossem feitos. “As informações que vocês nos trazem serão consideradas pela Secretaria de Segurança Pública e vamos ter novas reuniões, até para sabermos, a partir dessas medidas que serão adotadas nos próximos três meses, quais as avaliações”, disse Zenaldo.
Segundo Mário Solano, além dos 80 novos policiais encaminhados ao arquipélago, dobrando o efetivo de alguns municípios, a PM ainda reforçou a segurança na região durante esse veraneio, colocando mais 97 policiais no Marajó a cada fim de semana. É possível ainda que o efetivo na área seja mais uma vez reforçado, uma vez que o governo deve chamar mais quatro mil soldados nos próximos quatro anos.
O coronel explicou, porém, que a distribuição desses homens será feita levando em consideração critérios como população, efetivo atual, situação econômica da localidade e índice de crimes. O governo pretende também enviar novas viaturas ao Marajó. “Portanto, algumas coisas estão acontecendo. Nosso desafio é diminuir o problema a curto prazo. O importante é que os senhores saibam que já estão ocorrendo algumas mudanças”, enfatizou.
Nilton Atayde admitiu as dificuldades encontradas durante o trabalho de combate à violência na região. Ele observou, contudo, que nos últimos seis meses a criminalidade vem diminuindo em todo o Estado, inclusive os casos de homicídio. “Um dos problemas fundamentais é o combate às drogas. Temos que fazer trabalho de inteligência e é isso que vem sendo feito. Agora, a situação é complicada e estamos dando uma atenção especial ao Marajó”, ressaltou.
Entre os principais problemas relatados pelos prefeitos da região está a atuação de piratas – os chamados ratos d’água, que atacam as embarcações –, o tráfico de drogas, invasões em propriedades rurais e roubo de gado. “Tudo o que vier para contribuir para a melhoria e principalmente pela credibilidade por parte da população que não consegue acreditar mais é positivo”, concluiu o presidente da Amam, Pedro Barbosa.
Keila Ferreira
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