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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Invasão x ocupação: conceitos contraditórios

Durante o IV ConsCiência jornalistas e pesquisadores puderam confrontar opiniões divergentes sobre os conceitos e uso dos termos. A quarta edição do ConsCiência, encontro que promove debates entre jornalistas e pesquisadores promovido pela Divisão de Comunicação Social do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) aconteceu na quinta-feira (21) no auditório da biblioteca do Inpa Campus I, Av. André Araújo, n° 2936, Aleixo.

Compuseram a mesa a assessora do Inpa, Tatiana Lima, o pesquisador Reinaldo Correa e o jornalista Alvaro Corado.

Costa iniciou o debate com uma breve explicação sobre a diferença dos termos invasão e ocupação afirmando que “invasão” é uma expressão carregada de preconceitos e que o correto a ser empregado no contexto social seria “ocupação ilegal de terras”.

A diferença no emprego dos termos é revelada quando o foco do discurso é o fator econômico. “No processo de formação econômica de Manaus, o chão tem preço. Com valorização do metro quadrado na cidade, as ocupações sem infraestrutura continuarão a ser tendência em Manaus", frisa o pesquisador.

Costa apresentou ainda um relatório parcial de suas pesquisas, realizadas desde 2004, além de imagens de algumas comunidades, de zonas periféricas da cidade, em situação de risco. Ele explica que “Invasão” se transformou em um termo preconceituoso e que marginaliza moradores de áreas ocupadas ilegalmente. Mas o pesquisador lembra e reforça: “Em todo canto do mundo, não importa a cidade, existe área de risco".

Entretanto, o jornalista convidado, Álvaro Corado, falou sobre seu papel, no jornalismo, com a cobertura das \'invasões\' em Manaus ediscordou do pesquisador. Para Corado, "não há dificuldade em distinguir os termos \'invasão\' e \'ocupação ilegal\' de terra, pois invasão é invasão, e invasão é crime".

“A gente não pode, isso na minha opinião como jornalista, apoiar a invasão e a destruição de áreas, o que é diferente da ocupação que acontece, muitas vezes, logo após a invasão. Faz-se a invasão, destrói tudo e depois começa a lotear para formar os bairros”, explica.

Segundo a mediadora do debate, Tatiana Lima, é importante frisar a contradição desses conceitos. “A gente entende tudo que está escrito como certo e vai engolindo as informações. Precisamos ter massa crítica para analisar isso e perceber a contradição do discurso, dessas informações”, destacou a jornalista.

Contudo, o ponto principal, frisado por todos os participantes do debate, é o investimento na política pública e na cobrança que deve ser feita pela população, que na maioria dos casos se mantém aquém das decisões políticas. "As políticas públicas devem beneficiar a quem? É importante definir", questionou Costa.

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