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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Parlamentares defendem projeto que acaba com assinatura básica de telefonia fixa

Deputados da Comissão de Defesa do Consumidor pedem fim da cobrança da assinatura básica na telefonia fixa. O assunto foi debatido nesta terça-feira em audiência pública na Câmara.

O presidente da Comissão, deputado Roberto Santiago, do PV de São Paulo, não ficou satisfeito com as explicações das empresas do setor e criticou a falta de independência da Anatel - a Agência Nacional de Telecomunicações.

"Você percebe que eles estão na defesa das concessionárias. Nós queremos aqui um órgão fiscalizador que tenha a mais completa e absoluta isenção. Não pode vir aqui dizer o que acha. Ele não tem que achar nada. Tem que estabelecer a regra e perceber que, se a sociedade não concorda com essa regra, se os representantes da sociedade não concordam com essa regra, tem que fazer o debate e mudar a regra."

O superintendente de serviços públicos da Anatel, Roberto Pinto Martins, justificou a cobrança da assinatura básica, afirmando que se trata de uma remuneração para cobrir os custos das operadoras com a manutenção da infraestrutura de rede.

"Esse custo para empresa não é apenas o custo de quando se tira o telefone do gancho e se faz a ligação. O telefone está ali, à sua disposição, com uma linha dedicada. Isso vai até a central de comutação, à sua inteira disposição, então, isso tem um custo fixo."

O diretor-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal, Eduardo Levy, explicou que a assinatura básica serve também para que as operadoras possam cumprir as metas de qualidade impostas ao serviço de telefonia fixa, prestado em regime público. Ele afirmou que o fim ou mesmo a redução da assinatura básica teria forte impacto no setor, causando desequilíbrio.

"Os demais serviços públicos no Brasil têm assinatura básica: água, luz, gás. Em alguns casos, se a gente retirar os impostos, a gente observa que alguns são mais caros que os serviços de telecomunicações."

A advogada Flávia Lefévre, da Proteste -- a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, defendeu, no entanto, que seja feita uma revisão das tarifas cobradas. Para ela, a cobrança de uma assinatura básica mais cara se justificava para universalizar o serviço. Hoje, com o telefone fixo chegando a todo país, a taxa poderia ser mais barata.

"A gente tem uma situação muito cruel, que é a infraestrutura instalada, 13 milhões de acessos fixos instalados com dinheiro de tarifa pública e que não são contratados pela população de baixa renda que não tem o telefone fixo porque não consegue pagar a assinatura de R$ 42 e fica refém do telefone pré-pago móvel pessoal."

A Anatel estuda a adoção de uma assinatura básica no valor de R$ 14 para a população beneficiada com o Bolsa Família. A Proteste acredita, no entanto, que esse deveria ser o valor cobrado de toda população pela telefonia fixa.

O fim da assinatura básica está previsto em projeto de lei (5476/01) em discussão na Câmara. O deputado Roberto Santiago sugeriu que o projeto fosse encaminhado para votação em Plenário, como uma das prioridades da Comissão de Defesa do Consumidor.

 Geórgia Moraes    

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