Estender o Protocolo de Kyoto de 2013 a 2018, em vez de encerrá-lo em 2012, é um objetivo que integra a estratégia brasileira que tenta negociar uma saída para prorrogar o acordo, segundo informou nesta quarta-feira, 22 de junho, o jornal O Estado de S.Paulo.
Já considerado uma liderança mundial nas questões ambientais, o Brasil representa o bloco de países em desenvolvimento, e pode contar ainda com o apoio da União Europeia e de nações como Nova Zelândia, Noruega e Suíça, segundo a matéria. Na prática, o plano entraria em jogo na 17ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP17), que será realizada em novembro em Durban, na África do Sul.
"Para os países em desenvolvimento e para o Brasil é muito importante que Kyoto não pare. A maioria dos países desenvolvidos gostaria que Kyoto acabasse e fosse negociado um outro acordo, no qual todos os países participariam como iguais", afirmou o ministro André Aranha Corrêa do Lago, negociador do clima do Ministério de Relações Exteriores. Ele participou recentemente da reunião preparatória para a COP17 promovida em Bonn (Alemanha), na última semana.
Os países em desenvolvimento estão muito claramente tentando assegurar que o Protocolo de Kyoto tenha o seu segundo período de compromisso - André Aranha Corrêa do Lago.
Rússia, Japão e Canadá afirmaram que não têm interesse em entrar no segundo período do acordo - pois os maiores emissores de dióxido de carbono (CO2), China e Estados Unidos, não têm metas de corte em Kyoto. Para Lago, no entanto, a posição dos três países não representa uma ameaça à continuidade do tratado, uma vez que já não é obrigatório que todas as 192 nações signatárias da ONU concordem - bastariam 153. "As regras para a entrada no segundo período de compromisso são diferentes das regras do primeiro período", argumentou.
A matéria destaca que o protagonismo do Brasil em um acordo para prolongar Kyoto seria um bom cartão de visitas para o país, que sediará em junho de 2012 a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
Estabelecido em 1997, o Protocolo de Kyoto traça regras distintas para os países desenvolvidos, historicamente tidos como maiores poluidores, e as nações em desenvolvimento, como o Brasil, que por meio de projetos como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) podem gerar créditos de carbono comercializados para as potências mundiais, contribuindo para o combate ao aquecimento global.
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