Ecopavimento, asfalto-borracha, ´noxer´ e asfalto permeável são alternativas para melhorar a importância do asfalto nas cidades. Ao se tornar não só mais um elemento produzido pelo homem para ordenamento dos carros nas vias urbanas, o asfalto garante uma vida mais sustentável e saudável para o meio ambiente.
Ecopavimento
O ecopavimento é uma tecnologia que traz permeabilidade ao asfalto. Para evitar enchentes, que ocorrem pela falta de permeabilidade do asfalto (de 10 a 15% do solo é permeável nos asfaltos tradicionais) para receber as águas das chuvas, o ecopavimento “drena até 90% da água”, de acordo com o diretor da Ecotelhado, Paulo Renato Guimarães.

Segundo a empresa Ecotelhado que desenvolveu a tecnologia, o processo, que retém também parte do calor urbano, passa primeiro pelo nivelamento do solo e depois se inicia a instalação das grelhas alveolares, que são feitas de plásticos reciclados. Essas grelhas deixam à drenagem, à época das chuvas, homogênea, extinguindo a formação de sulcos, poças e barro nas vias.
A cobertura final do ecopavimento pode ser brita, areia, grama ou brita de borracha feita com pneus reciclados. O ecopavimento, porém, é frágil para a utilização em ruas movimentadas, sendo mais eficaz em estacionamentos e calçadas.
Noxer
O óxido de titânio noxer é capaz de absorver fumaça dos tubos de descargas dos automóveis. Auxiliado pela luz do sol, o noxer trabalha como um fotocatalizador para reter os óxidos de nitrogênio, tão nocivos aos seres humanos.
Através dessa característica é que, primeiramente em Osaka, no Japão, em 1997, blocos de noxer começaram a pavimentar as cidades. Depois da experiência japonesa, Londres, Paris, Milão e Madri já experimentaram a tecnologia.

Os cientistas apontaram que o noxer pode absorver até 90% das impurezas dos automóveis em dias de sol forte. Em dias nublados, esse percentual cai para 70%.
O funcionamento dos blocos de noxer se dá pela aplicação dele sobre o asfalto tradicional. Após chuvas ou lavagens, os gases captados pelo noxer vão para o esgoto e não sobem para a atmosfera, evitando a intensificação do efeito estufa.
Asfalto-borracha
Na última semana, o deputado estadual Eures Ribeiro (PV) propôs que a Bahia utilizasse uma composição asfáltica desenvolvida com pneus descartados nas obras de recapeamento das rodovias baianas. O deputado levantou a questão de que, no Brasil, são descartados mais de 40 milhões de pneus e que 20% do pó da borracha deles poderiam ajudar na permeabilização e durabilidade do asfalto no estado.
De fato, o asfalto de borracha já é utilizado em alguns estados brasileiros como no Rio e em São Paulo, e segundo pesquisa da UnB( Universidade de Brasília), o processo é eficaz.

A cobertura é 16 vezes mais resistente do que a usada tradicionalmente porque a borracha é mais elástica e demora mais a entrar no processo de fadiga. Ela também é mais segura, e sua permeabilidade a água ( a borracha cria mais poros no asfalto) evita a aquaplanagem e acidentes com veículos.
Além disso, os pesquisadores afirmaram que o asfalto borracha tende a ajudar na destinação dos pneus que não podem ser mais reutilizados. Apesar dos benefícios, o sistema ainda é caro, custa R$ 130 mil contra R$ 90 mil dos pavimentos tradicionais.
Asfalto permeável (CPA)
Pesquisadores da USP lançaram uma alternativa para a utilização de um asfalto mais ´verde´. Eles implementaram uma camada porosa de asfalto (CPA) em parte de um estacionamento da instituição para testar a capacidade do projeto em ser utilizado nas cidades.
Assim como o ecopavimento, o trabalho dos pesquisadores desenvolveu um asfalto em camadas. A parte superficial é composta de pedras ligadas ao asfalto.

Mais internamente, aparece uma camada grossa com pedras grandes, que abrem espaços de 25% na camada, para que a água, vazada das pequenas pedras, fique armazenada. Após algumas horas, a água da chuva é sugada por um sistema de drenagem e vai para as galerias pluviais.
O problema desse sistema é que custa cerca de 25% a mais do que o asfalto tradicional.

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