Com mais de 8,5 milhões de Km², vários biomas e quase metade do território ocupado pela floresta Amazônica, no Brasil o mito de natureza inesgotável, desenvolvido durante o processo histórico do País, hoje dificulta a aplicação do princípio da sustentabilidade.
A história mostra que essa crença estimulou a destruição, exemplo disso é a Mata Atlântica, que hoje possui apenas 7% de seus cerca de 1,3 milhões de Km² originais.
“Não podemos deixar que aconteça na Amazônia o que aconteceu em outros biomas e, para mostrar isso, a história é muito útil”, disse o professor de História Ambiental da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), José Augusto de Pádua, em palestra no auditório da Agência Espacial Brasileira (AEB), a convite da ANA, na terça-feira (24/05).
Coordenador do Laboratório de História e Ecologia da UFRJ e presidente a Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Ambiente e Sociedade (ANPPAS), Pádua discorreu sobre os impactos que as atividades humanas desencadearam no planeta a partir do antropoceno, termo usado por cientistas para descrever o período mais recente da história da Terra, a partir do século XVIII, principalmente depois da Revolução Industrial. O antropoceno teria sucedido o holoceno, últimos onze mil anos de história do planeta desde a última era glacial.
“No Brasil, a aceleração do desenvolvimento, a partir dos anos 60, ocorreu quase sem nenhuma regulação, apesar da existência do Código Florestal (1965) e do Código das Águas (1934), regras que não eram aplicadas”, disse o professor.
Para Pádua, o caminho científico e tecnológico que desencadeou o desenvolvimento sem a necessária regulação, pode ser agora a salvação do planeta se for aplicado com ética.
“Antigamente tínhamos uma visão estática da natureza. Hoje sabemos que o cenário está em constante movimento”, disse. Segundo ele, no Brasil desenvolveu uma supervalorização da vegetação exótica e a desvalorização da vegetação nativa, o que motivou boa parte do desmatamento. “Sempre houve uma visão segundo a qual a natureza tropical é suja. É fácil ouvir a expressão: é preciso limpar o terreno, o que muitas vezes é um equívoco".
Segundo Pádua, até o século XX, os estudos sobre ecologia se limitavam ao campo da zoologia e da botânica, mas a partir dos anos 70 o tema começou ser incorporado pela sociologia e política internacional e ganhou força nas últimas décadas com contribuição significativa da Eco 92, realizada no Rio de Janeiro naquele ano.
De acordo com o professor, os rios foram muito importantes no processo de ocupação territorial do Brasil, principalmente no estabelecimento e permanência das atividades produtivas, por isso, não há como dissociar a questão da água do desmatamento e outras questões ambientais.
Doutor em Ciência Política pelo IUPERJ e pós-doutorado em História pela University of Oxford, Pádua proferiu cursos, palestras e participou de trabalhos de campo em mais de 35 países e publicou vários trabalhos dentro e fora do Brasil, dentre os quais o livro “Um Sopro de Destruição: Pensamento Político e Crítica Ambiental no Brasil Escravista – 1786/1888” (Rio de Janeiro, 2002).
A palestra do professor Pádua integra as comemorações do Dia do Meio Ambiente no âmbito da Ação Programada Água e Cultura em colaboração com a Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P.
Cláudia Dianni

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ResponderExcluirSegue abaixo o relato de uma pessoa conhecida e séria, que passou recentemente em um concurso público federal e foi trabalhar em Roraima. Trata- se de um Brasil que a gente não conhece.
As duas semanas em Manaus foram interessantes para conhecer um Brasil um pouco diferente, mas chegando em Boa Vista (RR) não pude resistir a fazer um relato das coisas que tenho visto e escutado por aqui.
Conversei com algumas pessoas nesses três dias, desde engenheiros até pessoas com um mínimo de instrução.
Para começar, o mais difícil de encontrar por aqui é roraimense. Pra falar a verdade, acho que a proporção de um roraimense para cada 10 pessoas é bem razoável, tem gaúcho, carioca, cearense, amazonense, piauiense, maranhense e por aí vai. Portanto, falta uma identidade com a terra.
Aqui não existem muitos meios de sobrevivência, ou a pessoa é funcionária pública, (e aqui quase todo mundo é, pois em Boa Vista se concentram todos os órgãos federais e estaduais de Roraima, além da prefeitura é claro) ou a pessoa trabalha no comércio local ou recebe ajuda de Programas do governo.
Não existe indústria de qualquer tipo. Pouco mais de 70% do território roraimense é demarcado como reserva indígena, portanto restam apenas 30%, descontando- se os rios e as terras improdutivas que são muitas, para se cultivar a terra ou para a localização das próprias cidades.
Na única rodovia que existe em direção ao Brasil (liga Boa Vista a Manaus, cerca de 800 km ) existe um trecho de aproximadamente 200 km reserva indígena (Waimiri Atroari) por onde você só passa entre 6:00 da manhã e 6:00 da tarde, nas outras 12 horas a rodovia é fechada pelos índios (com autorização da FUNAI e dos americanos) para que os mesmos não sejam incomodados.
CONTINUAÇÃO POIS O BLOG SÓ ACEITA 406 CARACTERES POR VEZ////
ResponderExcluirDetalhe: Você não passa se for brasileiro, o acesso é livre aos americanos, europeus e japoneses. Desses 70% de território indígena, diria que em 90% dele ninguém entra sem uma grande burocracia e autorização da FUNAI.
Outro detalhe: americanos entram à hora que quiserem. Se você não tem uma autorização da FUNAI mas tem dos americanos então você pode entrar. A maioria dos índios fala a língua nativa além do inglês ou francês, mas a maioria não sabe falar português. Dizem que é comum na entrada de algumas reservas encontrarem- se hasteadas bandeiras americanas ou inglesas. É comum se encontrar por aqui americano tipo nerd com cara de quem não quer nada, que veio caçar borboleta e joaninha e catalogá-las, mas no final das contas, pasme, se você quiser montar uma empresa para exportar plantas e frutas típicas como cupuaçu, açaí, camu-camu etc., medicinais ou componentes naturais para fabricação de remédios, pode se preparar para pagar 'royalties' para empresas japonesas e americanas que já patentearam a maioria dos produtos típicos da Amazônia...
Por três vezes repeti a seguinte frase após ouvir tais relatos: Os americanos vão acabar tomando a Amazônia. E em todas elas ouvi a mesma resposta em palavras diferentes. Vou reproduzir a resposta de uma senhora simples que vendia suco e água na rodovia próximo de Mucajaí:
'Irão não minha filha, tu não sabe, mas tudo aqui já é deles, eles comandam tudo, você não entra em lugar nenhum porque eles não deixam. Quando acabar essa guerra aí eles virão pra cá, e vão fazer o que fizeram no Iraque quando determinaram uma faixa para os curdos onde iraquiano não entra, aqui vai ser a mesma coisa'.
A dona é bem informada não? O pior é que segundo a ONU o conceito de nação é um conceito de soberania e as áreas demarcadas têm o nome de nação indígena. O que pode levar os americanos a alegarem que estarão libertando os povos indígenas. Fiquei sabendo que os americanos já estão construindo uma grande base militar na Colômbia, bem próximo da fronteira com o Brasil numa parceria com o governo colombiano com o pseudo
objetivo de combater o narcotráfico. Por falar em narcotráfico, aqui é rota de distribuição, pois essa mãe chamada Brasil mantém suas fronteiras abertas e aqui tem estrada para as Guianas e Venezuela. Nenhuma bagagem de estrangeiro é fiscalizada, principalmente se for americano, europeu ou japonês, (isso pode causar um incidente diplomático). Dizem que tem muito colombiano traficante virando venezuelano, pois na Venezuela é muito fácil comprar a cidadania venezuelana por cerca de 200 dólares.
Pergunto inocentemente às pessoas: porque os americanos querem tanto proteger os índios ? A resposta é absolutamente a mesma, porque as terras indígenas além das riquezas animal e vegetal, da abundância de água, são extremamente ricas em ouro - encontram-se pepitas que chegam a ser pesadas em quilos), diamante, outras pedras preciosas, minério e nas reservas norte de Roraima e Amazonas, ricas em PETRÓLEO.
Parece que as pessoas contam essas coisas como que num grito de socorro a alguém que é do sul, como se eu pudesse dizer isso ao presidente ou a alguma autoridade do sul que vá fazer alguma coisa.
É, pessoal... saio daqui com a quase certeza de que em breve o Brasil irá diminuir de tamanho.
Será que podemos fazer alguma coisa???
Acho que sim.