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terça-feira, 31 de maio de 2011

Emissões de CO² em 2010 batem recorde, afirma IEA

O inglês Guardian divulgou hoje uma notícia que traz grande preocupação e deve se tornar pauta obrigatória em todos os encontros sobre meio ambiente ao longo da semana. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), as emissões de 2010 foram as maiores da história, 30,6 gigatoneladas, quantidade muito além da esperada, e que tem grande impacto nas previsões para os próximos anos. Com esse aumento, as previsões de que a temperatura média do planeta irá aumentar em 2º celcius caem por terra, e cientistas em todo o mundo estão preocupados.

O economista inglês autor do famoso relatório que leva seu nome, Nicholas Stern, disse ao jornal que esses números indicam a volta de um cenário já ultrapassado, e que isso, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), significaria 50% de chance de um aumento na temperatura média global de mais de 4º celcius.

Os países desenvolvidos ainda respondem pela maior parte dessas emissões, porém a responsabilidade pelo aumento é dada aos países em desenvolvimento, em especial China e Índia, devido ao rápido crescimento econômico que eles têm experimentado nos últimos anos.

Eu concordo com o Diretor Executivo do Greenpeace UK,  John Sauven, de que essa notícia deveria chocar a todo o mundo e de que o tempo está correndo, ao mesmo tempo em que líderes mundiais – e aí eu destaco o nosso país – continuam investindo na extração das últimas gotas das reservas de combustíveis fósseis.

Acho que essa notícia traz, mais uma vez, a questão de um desenvolvimento econômico que privilegie hábitos mais sustentáveis, no que convencionou-se chamar (e um dos principais temas da Rio+20) “Economia Verde”. Diferente do que muitos afirmam, isso não quer dizer que nós, ‘ambientalistas’, estamos contra o desenvolvimento do país, pelo contrário, queremos apenas que ele desenvolva levando em consideração não só os aspectos econômicos, mas também os sociais e ambientais.

Há outro ponto, porém, que se refere a um discurso internacional que, de certa forma, demoniza os países em desenvolvimento. Sou contra essa taxação em relação às críticas aos países chamados emergentes, principalmente quando os colocam como principais poluidores atuais. Essa posição ignora totalmente os quase dois séculos de emissões dos países industrializados. Para mim, e muitos especialistas na área, a melhor “solução” para essa crise climática é a cooperação entre os países – incluindo aí todos eles – através de um acordo que envolva metas específicas e a capacidade de cada um em cumprí-las.

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