Montagem do Coletivo Parla Palco transforma as criações do fundador da ABL em peças irônicas de um caso policial
O Coletivo Parla Palco convida o público de Belém a tentar desvendar um intrigante mistério, a partir desta sexta, dia 08, às 21h, no Teatro Cláudio Barradas, com a estréia do espetáculo “O Assassinato de Machado de Assis”, de Carlos Correia Santos, obra que traz no elenco Gustavo Saraiva, Márcio Mourão e Tiago de Pinho, sob a direção de Luiz Fernando Vaz. Participação especial do radialista Cleiton César. A montagem estará em cartaz também nos dias 09, 10, 15, 16 e 17. Às sextas e sábados, às 21h, e aos domingos às 20h. A produção é de Leonardo Cardoso. O patrocínio da Mega Mestre e do Colégio Impacto, via Lei Tó Teixeira, com formatação de projeto assinada por Roberto Fisher. A montagem conta com o apoio de Aerólitos, Espaço Cultural Atores em Cena, Grupo Cikel, MPG, Ótica Mundial e Diego Formiga.
O caso que sobe ao palco é bastante espantoso. Ao receber a honraria de se tornar o primeiro imortal das Letras Brasileiras, Machado de Assis ganhou o direito de mergulhar em sua própria obra. Assim, passou a conviver com seus complexos e realísticos personagens. Não sabia o grande risco que estava correndo. Uma de suas criações, com ciúme do sucesso maior de outras, decidiu cravar um punhal em suas costas durante uma visita que o pobre autor fazia ao túmulo de Brás Cubas. Essa é a história que um detetive chamado Queiroz ouve quando decide investigar o que parece absurdo: o assassinato do mestre maior da Literatura Nacional. Sua contratante? Ninguém menos que a célebre Capitu. Ela afirma que teria sido a grande pivô de tamanha atrocidade. Os suspeitos? A inconformada Helena, que foi titular de um romance, mas nunca fez tanto sucesso quanto Capitu. O excêntrico Simão Bacamarte, do conto O Alienista. Não seria ele um grande louco? E por que não suspeitar também de Brás Cubas, sempre tão cáustico? Mas Capitu pode estar mentindo. Afinal, todos sabem que ela tem aquele olhar de cigana obliqua e dissimulada.
Teaser 01:
“O enredo parece tenebroso, abusado, tenso, mas é tudo mera pista falsa. Trata-se de uma comédia. Humor sinistro, sem dúvida, mas a idéia é fazer o publico rir nervosamente ao perceber como temos matado o melhor dos nossos grandes mestres”, revela Carlos Correia, que afirma estar satisfeito com a encenação criada para seu texto. “Noventa por cento da equipe desse projeto é de novos talentos da cena teatral local. Já tive a oportunidade de trabalhar com nomes consagrados do nosso teatro, mas também é meu interesse participar do fomento de novos talentos”.
Para o jovem diretor Luiz Fernando Vaz, a arma que mais o impulsionou no processo foi a superação: “Essa obra do Carlos é de uma crueldade fascinante. Ele toca em pontos muito delicados. E faz isso convidando o espectador a achar graça, mesmo que de forma incômoda. Como se não bastasse, o texto pede uma engenharia cênica ousada. É grande o esforço que os atores precisam fazer para cumprir a jornada da trama. É realmente um trabalho desafiador para todos nós”.
AS PISTAS
Como toda boa investigação pede o acesso a provas e indícios, a equipe do espetáculo apostou numa estratégia que tem rendido bons frutos. Há um mês, as mídias sociais estão sendo usadas como ferramentas para criar expectativa em torno do trabalho. Um blog está no ar (oassassinatodemachadodeassis.blogspot.com). Nele, os próprios personagens de Machado fazem as postagens. Sarcásticos, eles emitem opiniões sobre o crime e trocam farpas, acusações. Um Twitter também foi criado (@assassinmachado). O microblog é alimentado pelo assassino ou assassina que, valendo-se do anonimato da internet, faz chacotas e dá pistas (falsas ou verdadeiras) sobre o chocante delito. No Youtube, vídeos servem de teasers para o espetáculo. E o Facebook funciona como canal que congrega todas essas mídias.
Teaser 02:
“Estamos usando a tecnologia de hoje para manter viva a força de um mestre atemporal. E está funcionando belamente. Muita gente está dando os palpites mais engraçados e curiosos. Até um bolão já foi aberto para ver se alguém acerta quem é, afinal, responsável pelo assassinato de Machado de Assis”, diverte-se Correia.
O COLETIVO
“O Assassinato de Machado de Assis” é a terceira montagem do Parla Palco. Criado por Correia em 2008, o Coletivo é uma reunião informal de profissionais de teatro interessados em investigar e exercitar as possibilidades e a magia da palavra como ferramenta primeira do fazer teatral. Todas as montagens têm como premissa encenações estruturadas a partir de obras em que a poesia do texto é o foco principal. A primeira montagem foi o espetáculo “Duelo do Poeta com Sua Alma de Belo”, baseado na vida e obra do poeta paraense Antônio Tavernard. A produção venceu o Prêmio Cláudio Barradas de Fomento ao Teatro, em 2009.
O segundo trabalho do Coletivo foi o mini-espetáculo “Ismael em Três Traços”, obra que integra o projeto Figuras Entrelaçadas, criado por Carlos para pesquisar as possibilidades dramatúrgicas em torno das obras de Ismael Nery, Adalgisa Nery e Murilo Mendes. “Ismael em Três Traços” foi selecionado para integrar, em 2010, a programação do Festival Breves Cenas de Teatro, realizado em Manaus, no Teatro Amazonas. Com “O Assassinato de Machado de Assis”, o Parla Palco investiga a secular e histórica palavra do fundador da Academia Brasileira de Letras para levar ao palco uma comédia noir e provocativa.
Teaser 03:
O MESTRE E SUA OBRA
Joaquim Maria Machado de Assis é considerado o maior nome da literatura nacional. Escreveu em praticamente todos os gêneros literários, sendo poeta, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista, e crítico literário. Nascido no Morro do Livramento, Rio de Janeiro, em uma família pobre, mal estudou em escolas públicas e nunca frequentou universidade. Em sua maturidade, reunido a amigos, entre os quais dois paraenses (José Veríssimo e Inglês de Sousa), fundou e foi o primeiro presidente unânime da Academia Brasileira de Letras, tornando-se o primeiro imortal brasileiro.
Sua extensa obra constitui-se de nove romances e peças teatrais, duzentos contos (com destaque para O Alienista, protagonizado por Simão Bacamarte), cinco coletâneas de poemas e sonetos e mais de 600 crônicas. O romance “Helena” marca sua fase romântica, mas Machado é apontado como o introdutor do Realismo no Brasil, com a publicação de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”. Personagem do igualmente célebre “Dom Casmurro”, Capitu é uma de suas mais provocativas concepções.
Serviço: “O Assassinato de Machado de Assis”. Dias 08, 09, 10, 15, 16 e 17. Teatro Cláudio Barradas. Sextas e sábados, às 21h. Domingo, às 20h. Ingressos: R$ 20,00 com meia para estudantes.
Sua extensa obra constitui-se de nove romances e peças teatrais, duzentos contos (com destaque para O Alienista, protagonizado por Simão Bacamarte), cinco coletâneas de poemas e sonetos e mais de 600 crônicas. O romance “Helena” marca sua fase romântica, mas Machado é apontado como o introdutor do Realismo no Brasil, com a publicação de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”. Personagem do igualmente célebre “Dom Casmurro”, Capitu é uma de suas mais provocativas concepções.
Serviço: “O Assassinato de Machado de Assis”. Dias 08, 09, 10, 15, 16 e 17. Teatro Cláudio Barradas. Sextas e sábados, às 21h. Domingo, às 20h. Ingressos: R$ 20,00 com meia para estudantes.
FICHA TÉCNICA
Coletivo Parla Palco apresenta
O ASSASSINATO DE MACHADO DE ASSIS
Uma obra de Carlos Correia Santos
Direção: Luiz Fernando Vaz
Com: Gustavo Saraiva, Márcio Mourão e Tiago de Pinho
Participação Especial: Cleiton César
Sonoplastia - Luiz Fernando Vaz
Operação de Sonoplastia - Marcelo Andrade
Iluminação - Sonia Lopes
Cenografia - Carlos Henrique
Cenotecnia - Kleber Farias
Figurino - Grazi Ribeiro
Confecção de Figurino - Carlos Henrique e Márcia Jardim
Perucas - Luiz Souza
Visagismo - Nelson Borges
Apoio - Karol Amaral e Maíra Monteiro
Fotografia - Diego Formiga
Design Gráfico - Antonio Junior
Produção de Captação - Roberto Fisher
Produção - Leonardo Cardoso
Produção Executiva - Gustavo Saraiva
Assessoria de Imprensa - Carlos Correia Santos
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