Redirecionamento

javascript:void(0)

quarta-feira, 30 de março de 2011

Floresta amazônica em pé vale mais do que derrubada

Trabalho que defende essa ideia e propõe estratégias para o desenvolvimento sustentável da Amazônia é finalista do Prêmio Péter Murányi 2011

O valor da floresta amazônica em pé é muito maior do que a madeira, carne bovina e outros produtos que são obtidos com sua destruição. Essa é a ideia central do trabalho intitulado Environmental services as a strategy for sustainable development in rural Amazônia (Serviços ambientais como estratégia para o desenvolvimento sustentável na Amazônia rural), um dos finalistas da 10ª edição do Prêmio Péter Murányi 2011 - Desenvolvimento Científico e Tecnológico. O autor dele é pesquisador Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Serviços Ambientais da Amazônia (INCT-Servamb). Seu trabalho está disponível no site http://philip.inpa.gov.br.

De acordo com. Fearnside, o valor da mata em pé tem o potencial de formar uma base econômica para sustentar a população no interior da região muito melhor do que a economia atual. Para fazer essa afirmação, Fearnside se baseia nos “serviços ambientais” que a floresta amazônica fornece aos seres humanos. “São os benefícios que a sociedade recebe dela a partir das suas funções ecológicas, tais como a manutenção da biodiversidade, o ciclo hidrológico e o armazenamento de carbono, que evita o aquecimento global”, explica. “O problema é que ninguém paga por estes serviços hoje, mas isto pode mudar.”

Para usá-los como estratégia para o desenvolvimento sustentável na Amazônia, no entanto, seria necessário, segundo o pesquisador, primeiro quantificá-los melhor. “Isto tem sido o foco de muitas das minhas pesquisas, especialmente sobre como evitar o aquecimento global”, conta Fearnside. “Depois, para poder tomar medidas contra a destruição e quantificar os seus benefícios, precisamos entender o funcionamento do processo de desmatamento, incluindo o efeito de decisões políticas, tais como a construção de estradas e a criação de áreas protegidas. Temos feitos vários avanços nesse sentido.”

Outra área essencial é a negociação de mecanismos institucionais para recompensar os serviços ambientais, inclusive em nível internacional. Ou seja, é preciso criar formas de transformar o valor da floresta em pé no alicerce de uma economia baseada “em manter” em vez de destruir este ecossistema. O serviço ambiental que está mais próximo de poder ser transformado em dinheiro é a capacidade da floresta de estocar carbono, para evitar o efeito estufa. “Os serviços ligados à água e à biodiversidade estão menos próximos de gerar fluxos monetários substanciais, apesar de ter igual importância”, diz Fearnside. “A parte mais carente na discussão em curso é a proposta social, ou seja, como seria usado o dinheiro para sustentar a população e também garantir a manutenção da floresta e os seus serviços.”

Sobre o Prêmio: O Prêmio Péter Murányi visa reconhecer as pesquisas que contribuem para a melhoria da qualidade de vida das populações situadas abaixo do paralelo 20 de latitude norte do globo, especialmente a brasileira. O foco da edição de 2011 foram os trabalhos voltados para o desenvolvimento científico e tecnológico.

No total, participaram 115 instituições de pesquisa, sendo 15 de outros países da América Latina. Os trabalhos foram avaliados por uma comissão, composta por especialistas na área, que escolheu os três finalistas. Estes foram submetidos a um júri que indicou, por voto secreto, o vencedor. Mais informações no site www.fundacaopetermuranyi.org.br


Nenhum comentário:

Postar um comentário