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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Fundação Vale entrega à Parauapebas a segunda Estação Conhecimento do Brasil


A Fundação Vale inaugura nesta quinta-feira, 2 de setembro, a segunda Estação Conhecimento de uma série de 18 unidades que serão criadas no Brasil até 2012. A primeira foi construída em Tucumã (PA), na modalidade urbana. A nova Estação está localizada na zona rural de Parauapebas, sudeste do Pará, em uma Área de Proteção Ambiental (APA), e ocupa cerca de 50 hectares (aproximadamente 50 mil m2).

O espaço reúne, em um único lugar, atividades de educação, esportes, cultura e, principalmente, iniciativas ligadas à produção rural, já que 85 famílias de agricultores moram na região. São parceiros da Fundação Vale neste projeto, a Prefeitura Municipal de Parauapebas, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Associação dos Produtores Rurais da Área de Proteção Ambiental (Aproapa) e a Associação Filhas da Terra.

 

Como um dos principais objetivos da Estação Conhecimento da Área de Proteção Ambiental (APA) do Igarapé Gelado é dar suporte às atividades dos produtores rurais, de forma sustentável, também foram criados os Núcleos de Apoio Avançado ao Produtor (NAAPs), onde as famílias estão sendo organizadas em grupos de trabalho. "O objetivo dos NAAPs é facilitar a assistência técnica e o escoamento da produção, otimizando o processo produtivo. Ao todo são quatro Núcleos, divididos em um raio de 120 km para dar cobertura aos produtores que fazem parte do projeto", explica Janderson Rodrigues, analista de Relacionamento com a Comunidade da Fundação Vale.

 
Também serão instalados laboratórios para o processamento de produtos, como leite, frutas e hortaliças. A ideia é que os produtores entreguem sua produção nos NAAPs que se encarregarão de transportar os produtos para a Estação Conhecimento para seguir as etapas de processamento e comercialização. Com o leite, serão gerados três tipos de produtos: leite em saquinho, queijo tipo mussarela e iogurte. Já as frutas e hortaliças, que também seguirão o mesmo sistema de entrega e transporte, serão selecionadas, lavadas, classificadas e embaladas. "Com toda essa estrutura, os agricultores terão um incentivo para aumentar a produção e atender ao mercado local com padrões competitivos de qualidade, quantidade e preço. O fornecimento deverá priorizar instituições locais, como hospitais, escolas e creches", reforça Luiz Veloso, gerente de Relacionamento Institucional da Fundação Vale e presidente da Estação Conhecimento da Apa do Gelado.

 
Laboratório rural
Para que os produtos cheguem à mesa dos consumidores com melhor padrão de qualidade, a Estação disponibiliza estruturas, profissionais (engenheiro agrônomo, médico veterinário, técnicos agrários e zootecnista) e equipamentos com o objetivo de ampliar o conhecimento técnico e a visão de negócio dos produtores. Essas atividades são desenvolvidas em espaços projetados para servir de laboratórios para os produtores. Saiba mais sobre cada um deles:

 
Bovinocultura: estrutura com sala de ordenha e pasto rotacionado (sistema de piquetes e cerca elétrica em que o gado precisa de um pequeno espaço para se alimentar). São ensinadas técnicas de manejo, cuidados com o pasto, manutenção das cercas elétricas e inseminação artificial. Como parte do projeto, cada produtor de bovinocultura (são mais de 50), recebeu sete cabeças de gado para desenvolver a cultura a partir do sistema de pasto rotacionado.

 
Ovinocultura: Espaço voltado para aprimorar o conhecimento técnico dos produtores em relação à criação de ovelhas.

 
Avicultura: a partir de um galinheiro modelo, os produtores recebem informações, como as técnicas de montagem de um galinheiro, temperatura adequada e reprodução.

 
Estufas (hortas): há dois modelos de estufas, sendo uma para as hortaliças (salsa, cebola, alface etc) e outra para as árvores frutíferas (castanheiras, goiabeiras, coqueiros etc). Nesta etapa, os produtores aprendem as melhores técnicas para aplicar em suas propriedades. A partir de estratégias, como o consórcio de espécies - plantio de manga e acerola ou açaí e maracujá - é possível desenvolver diferentes culturas em um mesmo espaço diversificando a produção e, com isso, possibilitando um aumento na renda do produtor rural e estabilizando a produção durante o ano inteiro, de acordo com os ciclos de cada alimento. Hoje, Parauapebas é abastecida com produtos que vêm de fora. O objetivo é criar um padrão de qualidade para abastecer o município o ano inteiro.

 
Educação Profissionalizante: na Estação, os produtores também participam de cursos profissionalizantes voltados tanto para a produção quanto para o empreendedorismo. Os jovens que vivem na região, filhos dos produtores, aprendem formas de manejo da pecuária leiteira, avicultura e produção de frutas e hortaliças.

 
Com todos esses incentivos, o goiano Paulo César de Oliveira, que vive no Pará há quase 30 anos, já começa a sentir as mudanças no dia a dia e no bolso. Há oito anos ele tem uma propriedade de 25 hectares na Apa do Gelado e é um dos produtores atendidos por projetos da Vale que antecedem a instalação da Estação Conhecimento. Ele explica que já plantou de tudo (pepino, quiabo, maxixe, milho etc), mas decidiu investir tempo e conhecimento ao plantio de açaí e à bovinocultura. "A partir do momento que a gente tem conhecimento, apoio e incentivo, tudo muda. Hoje essas novas culturas me dão mais sustentabilidade e segurança financeira", explica.
Hoje o plantio na terra do goiano ultrapassa os 200 pés de maracujá e 800 pés de açaí; além da criação de galinhas e o início do projeto de bovinocultura. "Acredito que dentro de um ano, quando as culturas estarão mais estabilizadas e eu terei mais domínio técnico, começarei a ter o retorno financeiro que espero. De qualquer forma, já saí do vermelho e posso começar a me preparar para realizar o sonho de me mudar de vez pra roça, sem a necessidade de fazer bicos na cidade para complementar o orçamento da família", empolga-se.

 
Espaço reservado à educação e ao esporte
Além das vantagens relacionadas à atividade agropecuária, os produtores da APA ainda têm outros motivos para comemorar. Desde o ano passado, antes mesmo da inauguração da Estação, os filhos passaram a estudar na Escola Municipal Professor Jorge Amado, que funciona na Estação Conhecimento e reúne cinco escolas que antes funcionavam de forma multiseriada, distribuídas em um raio de até 30 km de distância uma da outra. Além das salas de aula disponíveis, os estudantes contam ainda com salas de leitura, informática, dança e teatro (em fase de implantação) e com uma cozinha, onde é preparada a merenda escolar. São atendidos cerca de 200 alunos de 1o ao 9o ano do ensino fundamental. A Prefeitura Municipal de Parauapebas é responsável pela manutenção dos professores, disponibilização de transporte e merenda escolar.

 
Além da educação com mais qualidade, os alunos ainda poderão sonhar em se tornar grandes atletas. A exemplo da Estação Conhecimento de Tucumã, a APA do Gelado também contará com um espaço para o desenvolvimento de atividades esportivas, com uma estrutura que incluirá um campo de futebol e uma pista de atletismo.

 
As ações também serão vinculadas ao programa "Brasil Vale Ouro", que tem como desafio descobrir e desenvolver novos talentos nas cidades onde a Vale atua. Aqueles alunos que se destacarem terão oportunidade de avançar em seus treinamentos até atingirem nível olímpico. Para isso, a Fundação Vale viabilizará a transferência destes atletas para o Centro Nacional de Excelência Brasil Vale Ouro, que terá um centro funcionando em Deodoro, no Rio de Janeiro. A intenção é que o Brasil tenha mais campeões olímpicos e um número maior de medalhas nas Olimpíadas de 2016.

 
A linha de trabalho das Estações Conhecimento
As Estações são Núcleos de Desenvolvimento Humano e Econômico - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) - e são constituídas neste modelo para proporcionar a participação direta da comunidade. Dentro de um processo de parceria, a Fundação Vale tem o compromisso de investir na construção das Estações e a Prefeitura de cada município se compromete com a doação do terreno e a cessão de funcionários.
A proposta é que estes espaços sejam pólos de referência local, por meio de atividades promotoras do desenvolvimento cognitivo, emocional e físico, de forma integrada.  Na perspectiva econômica, a Estação estimula o fortalecimento das cadeias produtivas locais. A proposta é deixar para os municípios um legado de conhecimento sistematizado e institucionalizado, a fim de contribuir para o desenvolvimento da população, a longo prazo, até quando a mineração não estiver mais presente na região.

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