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domingo, 8 de abril de 2012

Para PIB crescer R$1 é preciso investir R$2 em infraestrutura

A melhora na infraestrutura é essencial para que o Brasil tenha, de fato, um crescimento sustentado - aquele que comporte a melhora da renda e do emprego sem riscos de alta da inflação. 

E para que isso seja possível é preciso que o país invista mais nessa área. Levantamento feito pelo Brasil Econômico mostra em infraestrutura, o Produto Interno Bruto (PIB) cresce R$1. Ou seja, para cada ponto percentual de expansão da economia, são necessários dois pontos percentuais de investimentos em infraestrutura, mostra estudo da consultoria Brain (Brasil Investimentos e Negócios). Parece pouco, mas sem esse investimento o país pode para. 

Considerando o valor do PIB no ano passado, de R$ 4,1 trilhões, um investimento em obras de infraestrutura no valor de R$ 80 bilhões, equivalente a dois pontos percentuais, poderia fazer com que a economia, crescesse 5,5% neste ano - um ponto percentual a mais que o projetado pelo governo, que é de 4,5%. Ter serviços de infraestrutura eficientes é importante para estimular o crescimento do país. Eles ajudam as empresas a ficarem mais competitivas e a gerar mais empregos diretos e indiretos. 

Com boas estradas, as companhias perdem menos tempo para transportar seus produtos. Os portos eficientes fazem com que as empresas exportadoras vendam mais. O governo sabe disso e quer aumentar a parcela dos investimentos para 20% do PIB neste ano e para 23% até 2015, o equivalente a R$ 943 bilhões em valores atuais. Nas últimas cinco décadas, os investimentos em infraestrutura despencaram.

No começo dos anos 1970, auge do milagre econômico, os aportes feitos pelo governo em portos, rodovias, hidrovias, saúde, educação e segurança somavam 5,4% do PIB. Hoje, eles não ultrapassam 2,1% - o que em números de hoje seriam de R$ 87 bilhões. Ajuda na China Se de um lado os investimentos do governo minguaram, do outro lado, a boa notícia é que a expansão da economia chinesa já está ajudando a infraestrutura no país. 

Além disso, a percepção de que o governo da presidente Dilma Rousseff prioriza a boa gestão tem garantido segurança aos investidores estrangeiros que querem participar de projetos de infraestrutura. "A deficiência da infraestrutura compromete a eficiência da indústria. A melhora cria demanda por serviços, aumenta os resultados financeiros e tecnológicos e gera competitividade", diz André Sacconato, diretor de pesquisas da Brain. Os chineses já perceberam que sem serviços eficientes, a competitividade do Brasil diminui e pode prejudicar a economia chinesa. A deficiência dos portos faz com que a fila de caminhões que levam soja para exportação atinja mais de 30 quilômetros durante o período de embarque, a partir de abril. 

Caminhão parado é dinheiro perdido. A China é o principal comprador de soja do país e para acelerar a chegada do produto ao país, assinou um acordo de intenções com o governador do Mato Grosso para construir uma ferrovia ligando Cuiabá a Santarém. E não é só isso. Desde 2010, os chineses já investiram US$ 15 bilhões no setor de petróleo e gás, segundo a consultoria Dealogic. A estratégia é comprar participações em empresas para assegurar o fornecimento ao país. O empurrão que faltava para deslanchar a infraestrutura está vindo da Europa. 

Com a estagnação econômica, as empresas europeias procuram nações em desenvolvimento como o Brasil. Além disso, a comunidade internacional avalia que o governo Dilma tem visão estratégica do que é importante para o país. "Em termos de gestão, é o melhor governo em 40 anos", diz Paulo Resende, coordenador do núcleo CCR de infraestrutura da Fundação Dom Cabral. PPP é solução para melhorias em setores de alto retorno O aumento das Parcerias Público-Privadas (PPPs) também é uma saída para melhorar a infraestrutura brasileira. Por meio meio dessas parcerias, o governo concede serviços para serem explorados por empresas por um prazo determinado.

"As PPPs só dão certo em setores inde o retorno é alto como, por exemplo, portos, estradas e aeroportos", diz André Sacconato. Governos eficientes podem usar o dinheiro recebido pela concessão dos serviços públicos para investir nas áreas menos atrativas para parecerias. "Em uma década, os investimentos do governo devem chegar a 8% e ficar iguais à média dos países emergentes", diz Ricardo Amorim. Com governo, investidores estrangeiros e parceiros privados trabalhando juntos para melhorar a infraestrutura, o país pode solucionar o gargalo de uma década. 

Fonte: Brasil Econômico

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