Foto: Tartarugas AVPH |
Um ninho de tartaruga da espécie Caretta caretta, popularmente chamada de tartaruga cabeçuda, foi encontrado no último dia 22, na praia da Itamambuca, no litoral norte do município de Ubatuba, em São Paulo.
“Um morador de Ubatuba ligou para o Tamar, dizendo que, após ter visto rastros na areia, viu um filhote de tartaruga saindo do ninho. Graças aos cuidados das pessoas que estavam no local, que não tocaram no animal e protegeram a área do ninho, quando chegamos na praia, pudemos acompanhar mais um filhote saindo em direção ao mar”, relata o biólogo José Henrique Becker, coordenador técnico do Tamar.
Dos 34 filhotes que nasceram (contados pelas cascas dos ovos que ficaram no ninho), 29 foram soltos pelo pesquisador, pois os outros filhotes possivelmente já tinham conseguido sair antes. Becker contou 80 ovos ao total e concluiu que a taxa de eclosão desta ninhada foi baixa.
"Ninhos esporádicos foram registrados no Sul e Sudeste do país. Hoje, essas ocorrências isoladas possivelmente estão relacionadas a distúrbios comportamentais individuais das fêmeas que desovam equivocadamente na região, já que as principais áreas de desova das tartarugas cabeçudas são o litoral baiano, capixaba e o norte do Rio de Janeiro", explica o biólogo.
O litoral norte do estado de São Paulo e sul do Rio de Janeiro são considerados áreas de alimentação e, embora sejam raras as ocorrências de desovas por aqui, esta é a oitava vez, em oito anos, que ninhos de tartaruga cabeçuda são encontrados na região.
Em 2003, 121 filhotes nasceram na Praia de Trindade, em Paraty. Em 2005, foram encontrados dois ninhos em Ubatuba, com o nascimento de apenas 18 filhotes. Em 2007, 92 filhotes nasceram na Praia de Maresias, em São Sebastião. Em 2009, a equipe do Tamar Ubatuba acompanhou na Ilha das Couves o nascimento de 45 filhotes, e na Praia Vermelha do Centro, outros 106 filhotes.
Este ninho encontrado na Itamambuca no carnaval é o segundo registro de reprodução de tartarugas neste verão, na região. Em janeiro, um filhote foi encontrado na Praia de Maresias.
“O registro destas informações, a longo prazo, possibilitará no futuro verificar como estes ninhos poderão contribuir para a continuidade das populações de tartarugas marinhas em tempos de mudanças climáticas globais”, conclui o biólogo. Com informações do Tamar.
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