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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Inpa investe em produtos de baixo custo em prol da sociedade

A tecnologia social agrega as pesquisas do Instituto à benefícios reais que façam parte do cotidiano da sociedade, utilizando resíduos provenientes da Amazônia

Para levar uma gama de benefícios para toda população, o laboratório de celulose e papel/carvão vegetal da Coordenação de Tecnologia e Inovação, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), investe em tecnologia social com inovações de baixo custo, para promover a interação das suas pesquisas ao cotidiano da sociedade.

Uma das inovações protegidas de 2011 foi “O Filtro”, que se trata de um sistema de filtragem de água, que possui como base o uso de carvão, para torná-la de boa qualidade. O experimento foi realizado pela tecnologista Marcela Amazonas, juntamente com técnicos e estudantes de Pibic, do Instituto. Por ser de baixo custo, o filtro proporciona às comunidades isoladas ou as classes menos favorecidas economicamente, usufruírem de um bom sistema de tratamento de água.

“O projeto está avaliando todas as variáveis pertinentes ao estudo, como: a forma do produto, a sequência de material filtrante, e os tipos de águas a serem tratadas”, explica a responsável pelo laboratório.

Produtos patenteados

O laboratório de celulose e papel/carvão vegetal já possui três produtos patenteados com grande valor útil para atingir à sociedade. O papel de cauaçu, um briquete de açaí e outro de tucumã. Todos são produzidos a partir de resíduos locais e não de matéria-prima virgem oriunda de locais distantes. “Temos que observar o que a Amazônia nos oferece e assim verificar o que podemos fazer para aplicar melhorias na vida da população”, explica Amazonas.

Uma das patentes é o papel de cauaçu, que é feito a partir de resíduos de cauaçu, uma planta usada pelas artesãs da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Anamã, localizado entre os rios Japurá e Negro. O resíduo foi processado e seu papel apresentou ótimos resultados para impressão e pequenas embalagens.

Já os briquetes de tucumã e açaí, feitos com os resíduos dessas frutas, funcionam como uma fonte alternativa, para padarias, pizzarias e outros empreendimentos, que utilizam carvão vegetal como fonte de energia. Os briquetes oferecem vários benefícios: são mais fáceis de transportar, não contribuem com o desmatamento irregular na Amazônia e usam resíduos agroflorestais na sua produção, além de possuir ótimo poder calorífico, o que representa economia, pois o volume usado é inferior ao do carvão convencional.

Tecnologia social/Resíduos

Entende-se por Tecnologia Social toda aquela tecnologia adaptada com intuito de atingir as classes menos favorecidas, sempre preservando seu baixo custo, pois todos os produtos gerados pelo laboratório de celulose e papel/carvão vegetal do Inpa são oriundos de resíduos coletados na área urbana de Manaus. “A tecnologia social contribui para o desenvolvimento sustentável, beneficiando a sociedade sem agredir a natureza”, ressalta a tecnologista.

Todos sabem o quanto a floresta amazônica é rica e, por isso, oferece uma diversidade enorme de resíduos. Mas seu uso sem amparo do conhecimento técnico-científico pode gerar grandes excessos “É preciso entender que o resíduo sem o devido amparo, é dinheiro perdido e matéria-prima não aproveitada. Nosso dever como pesquisadores, é desenvolver uma tecnologia com esses resíduos para disponibilizar para sociedade”, comenta.

Educação ambiental e capacitação

Para repassar toda tecnologia desenvolvida nos laboratório do Instituo, o laboratório realiza Educação Ambiental em palestras, workshops, seminários, para que todos os interessados aprendam as técnicas. “Realizamos um curso de duas semanas, chamado “Reciclagem: princípios e técnicas” que é aberto para toda sociedade. As pessoas aprendem os princípios básicos para confecção, normais de gestão, e como coletar e armazenar os resíduos, todos podem participar”, convida Amazonas.

Este ano será realizado um workshop, com um grupo produtivo no bairro japiim, zona centro sul de Manaus, no dia 22 de fevereiro, no Centro do Grupo de Mulheres Produtivas. “A pesquisa é financiada pela sociedade, e nada mais justo que as nossas pesquisas sejam aplicadas em melhorias para toda população, em seus vários ramos”, finaliza.

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