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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Inpa estuda efeitos da mudança do clima nos tambaquis

O tambaqui é a espécie de peixe mais cultivada na Amazônia e a segunda maior piscicultura de todo o Brasil. Tem grande valor no mercado pesqueiro e melhora a qualidade de vida de populações ribeirinhas, que vivem da venda desses peixes. Dada sua importância para a comunidade local e o comércio, o Inpa - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia* realiza desde o ano passado um estudo para saber como o clima da Terra do próximo século poderá afetar o crescimento desta espécie. 

Intitulado Crescimento do tambaqui em cenários de mudanças climáticas, o estudo é coordenado pelo pesquisador Adalberto Val, diretor do Inpa, e pelas pesquisadoras Vera Almeida Val e Alzira Oliveira. É realizado por pesquisadores do INCT - Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, doAdapta - Centro de Estudos de Adaptações da Biota Aquática da Amazônia e do LEEM - Laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular do Inpa. 

Apesar de ser impossível criar um ambiente exatamente igual ao que ocorrerá no futuro, os pesquisadores desenvolveram uma atmosfera semelhante ao que o IPCC - Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU prevê para 2100. A pesquisa se baseou em alterações e eventos climáticos que ocorrem em escala mundial, como derretimento de calotas polares e tsunamis. De acordo com Vera Val, uma das coordenadoras, a situação será ainda mais alarmante para a Amazônia por estar no cinturão equatorial. 

CRESCIMENTO 

Algumas das mudanças ambientais previstas são o aumento da temperatura e o da concentração de gás carbônico das águas. Para o tambaqui, apesar de ser um animal com grau elevado de adaptação a diferentes ambientes, este novo cenário poderá provocar perturbações fisiológicas como a inibição de seu crescimento. Esta mudança afetaria tanto o consumo da proteína como o sustento econômico de comunidades pesqueiras. 

Por isso, o estudo procura verificar a resposta do animal que é testado em tanques com o controle da temperatura e do gás carbônico na água e, em outra situação, também com o controle da atmosfera. Estão sendo testados cenários de aumento de temperatura brando, moderado e severo. 

RISCO DE EXTINÇÃO 

O estudo ainda questiona se as alterações climáticas e a grande cobiça pela espécie poderão levar o tambaqui à extinção. Segundo Vera Val, as populações de tambaqui ainda têm bom nível de variabilidade genética na natureza, mas a perda de habitats pode gerar a morte dos indivíduos menos adaptados e, aos poucos, diminuir as populações do peixe. O sumiço de habitats, portanto, é a principal causa para a extinção do tambaqui. 

O estudo que está em desenvolvimento sugere que, caso a espécie corra perigo de extinção, é possível repovoar aesse locais depositando alevinos - larvas de peixes -, criados em cativeiro para este fim.

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