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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Projeto inovador avalia impactos da pesca no PR

Em seus 98 km de extensão, o litoral do Paraná é habitat de importantes espécies da Mata Atlântica, incluindo tartarugas-marinhas e golfinhos. Além disso, a região abriga diversas colônias de pescadores, que têm nas atividades pesqueiras uma importante fonte de renda para suas famílias.

Para garantir uma coexistência equilibrada entre a biodiversidade local e os moradores da região, um projeto inovador da Associação Mar Brasil, apoiado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, está tentando harmonizar a pesca artesanal com a conservação de golfinhos e tartarugas-marinhas no litoral paranaense. Realizado em conjunto com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), o Projeto Intermar é desenvolvido por um grupo de biólogos e pretende levantar dados sobre a captura acidental desses animais durante a realização de atividades pesqueiras na região.

Maurício de Castro Robert, responsável técnico pelo projeto, destaca que a ideia é envolver a comunidade na preservação por meio de ações in loco. “Após uma fase de caracterização da pesca, começamos a trabalhar diretamente na praia, acompanhando os desembarques dos barcos com os peixes e conversando diretamente com os pescadores” relata.

Apesar de sua pequena extensão, o litoral paranaense registra a ocorrência de todas as cinco espécies de tartarugas-marinhas existentes no Brasil, além de 18 de golfinhos. Embora não sejam o alvo dos pescadores, muitos exemplares dessas espécies acabam sendo capturados pelos instrumentos de pesca e acabam morrendo acidentalmente.

Considerada a espécie mais ameaçada de todo o Atlântico Sul ocidental, a Toninha (Pontoporia blainvillei) é um exemplo dessa situação. Dados do projeto apontam que 60% de todos os exemplares desse golfinho que são encontrados mortos nas praias, foram vítimas de atividades pesqueiras.

Camila Domite, pesquisadora que integra a equipe do projeto, explica que algumas modalidades de pesca são ainda mais prejudiciais para espécies como a Toninha. “Os tipos de pescarias que mais matam são aquelas que utilizam redes de fundeio, instaladas no fundo da água para a captura de linguados, ou as chamadas redes altas” explica.

Para sensibilizar os pescadores sobre a importância de utilizar outros métodos de pesca, todos os dados obtidos com o projeto serão divulgados às comunidades locais. Além delas, grupos de pesquisadores e autoridades ambientais também serão comunicados para que sejam criadas medidas conjuntas de conservação de modo integrado.

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