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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Problemas para resolver nas lixeiras das cidades

Cada brasileiro produz pouco mais de um quilo de lixo por dia, levando em consideração o volume total gerado diariamente no país versus o número de habitantes (*). Isso é uma forma genérica de mostrar a proporção absurda de resíduos que a população coloca na rua para a coleta. É claro, que uns mais, outros menos, assim como algumas regiões têm uma representatividade maior nesse bolo que outras. Mas, dá para se ter ideia do tamanho do problema dos resíduos sólidos urbanos. A solução passa por educação, ações e projetos eficientes.

No setor público, a Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca – Caxias do Sul, RS) tem se aplicado para ser um bom modelo. “O lixo além de ser um problema ambiental para o Brasil, acaba também sendo um problema econômico para muitas cidades. Porém, Caxias do Sul tem sido exemplo para todo o Brasil como município que adota medidas ambientalmente corretas no que diz respeito a destinação de resíduos, sejam eles recicláveis ou orgânicos. Desde 2005, vem sendo investido em soluções ambientais, integrando alta tecnologias”, comenta Adiló Didomenico, diretor-presidente da Codeca.

A construção da Central de Tratamento de Resíduos (CTR), uma das mais modernas do Brasil, entra nesse plano. “A previsão de sua vida útil é de 30 anos. Para o futuro, há estudos e projetos prevendo a produção de energias alternativas a partir dos gases gerados pela decomposição do lixo”, argumenta Didomenico. Outro exemplo de bom gerenciamento de lixo foi a implantação, em agosto de 2007, da conteinerização e a coleta mecanizada na região central da cidade. “O sistema beneficia cerca de 165 mil moradores. Foram disponibilizados 1.400 contêineres da cor verde, para a coleta orgânica, e 1.400 contêineres amarelos, para a seletiva. Diariamente são recolhidas cerca de 450 toneladas de resíduos”, conta o diretor-presidente da Codeca.

E por falar na conteinerização e na coleta mecânica, há, no setor privado, quem tenha nesse campo sua especialidade. A paulista Contemar Ambiental, de Sorocaba com trabalho em todo o Brasil, utiliza tecnologia espanhola. “A empresa está auxiliando as prefeituras na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), fornecendo expertise e contêineres para a coleta seletiva”, diz a gerente comercial da Contemar, Ângela Lopes Esteves. A higiene e a qualidade de vida são os principais fatores apontados por ela para a adoção do uso do sistema. “Com os contêineres, que não deixam o lixo exposto, se reduz consideravelmente a quantidade de ratos e insetos. O lixo que fica na rua, exposto e sem contenção, em caso de chuva pode ser levado para bueiros, causando entupimento e enchentes, que, nos últimos anos, estão causando catástrofes nas grandes cidades”, lembra Ângela.

Avançando nesse mercado, Contemar tem se dedicado a reduzir e reaproveitar os seus produtos quando eles próprios viram resíduos. “A linha Green, a linha de produtos ecológicos da empresa, é elaborada com contêineres reciclados. Contentores velhos e que não podem mais serem utilizados, tem seu material aproveitado para a fabricação de novos contêineres”, explica a gerente comercial.

Todos os esforços de mecanismos e práticas rumo à gestão dos resíduos caem por terra se a população não for educada e não colaborar. Por isso, em Caxias do Sul a Codeca tem investido em várias ações nesse sentido. O diretor-presidente fala: “Desenvolvemos campanhas educativas em escolas, em centros comunitários e empresas privadas. Tem também o projeto Caminhos do Lixo, cujo passeio permite aos estudantes e à comunidade conhecer os locais para onde vai as sobras urbanas coletadas, incluindo visita ao Museu do Lixo. Através dos meios de comunicação, a Codeca repassa conhecimentos de como administrar corretamente os resíduos”.

A ideia da companhia é também mostrar para a comunidade o valor que há nos resíduos. Por isso, incentiva de várias formas as associações de recicladores e promove programas, como o Troca Solidária, em parceria com outras entidades, com o qual a população de determinados bairros da cidade pode trocar resíduos seletivos por alimentos.

(•) Dado do Panorama dos Resíduos Sólidos do Brasil 2010, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).

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