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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Líder indígena denuncia morte de criança queimada no MA

Um representante dos indígenas Guajajara afirma que madeireiros mataram uma menina da etnia Awá-Gwajá, ateando fogo nela, numa área de mata, em Arame, no Maranhão. Ainda não há precisão sobre a data em que ocorreu o crime. A região vem registrando uma série de agressões a índios nos últimos meses.

Os Awá-Gwajá mantêm-se isolados, sem contato com outras tribos ou com os não-indígenas. A Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) alegam que souberam do assassinato apenas nesta semana e buscam mais informações.

Outro indígena, que também se identificou como pertencente à etnia Guajajara, em conversa com Terra Magazine, confirmou o homicídio:
- Dia 30, por aí assim. Foi dentro do mato. Os madeireiros estavam comprando madeira na mão dos índios (Guajajara) e acharam uma menininha Gwajá. E queimaram a criança. Só de maldade mesmo. Ela é de outra tribo, eles vivem dentro do mato, não têm contato com os brancos, são brabos.

Ele admitiu que sua etnia Guajajara descumpriu a lei ao negociar madeira, mas se queixou da invasão naquele território. Reclamando de "muita discriminação" e violência contra indígenas, atestou:
- Quase todo dia em Arame. Os brancos ficam batendo nos índios lá. Não acontece nada, ninguém resolve nada. A gente não sabe nem contar mais porque são muitos casos. Eles (da Funai) sabem. A gente informa e...

Sobre providências tomadas pela Funai, ele respondeu com desânimo: "Hum, pior". E incluiu a polícia: "Eles não resolvem nada". Recentemente, houve protestos de indígenas na região.

- O último caso que aconteceu foi que bateram num índio, na praça pública de Arame. Espancaram demais. Não se sabe com quem fala quando acontece isso. A polícia não resolve, né? Nem os casos deles (não-indígenas). Não tem quem socorra, para a gente falar depois quando acontece assassinato de índio. Fica por isso mesmo - lamentou o Guajajara.

Registros oficiais

Um funcionário da Funai que prefere o anonimato disse que a entidade enfrenta dificuldades por ter sofrido um processo de intervenção e interrompido suas atividades. Informa também que os dados de 2011 sobre agressões contra indígenas ainda não estão prontos. Porém, ratifica: "São muitos casos que acontecem durante o ano"

Relatório do Cimi aponta 452 assassinatos de indígenas no Brasil entre 2003 e 2010. Em 2007, foram noticiadas 92 homicídios. Em cada um dos três anos seguintes, foram 60. As estatísticas do ano passado devem ser divulgadas em março.

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