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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

II Fórum Global de Sustentabilidade SWU termina com promessa de expansão para 2012

O II Fórum Global de Sustentabilidade SWU encerrou nesta segunda-feira, dia 14, com paineis inspiradores e uma promessa para o próximo ano. Em seu discurso de encerramento, o criador do movimento SWU (Starts With You), Eduardo Fischer, antecipou que os temas abordados em 2012 serão Água, Florestas e Energia. Ele disse também que parte da renda obtida com a bilheteria será doada a organizações sociais eleitas pelo público.

Ao final dos dois painéis desta segunda, Fischer fez uma homenagem a todos os palestrantes do fórum e informou que já recebeu convites para levar o evento para Miami, Nova York e Qatar, além de outros Estados Brasil, dentre os quais Roraima. O representante do Pacto Global da ONU, Mathias Stausberg, é um dos incentivadores da expansão do fórum. “É preciso colocar o SWU na estrada e ampliar este debate”, disse em seu discurso de encerramento.

O Fórum foi visto por mais de 1,5 milhão de pessoas pela internet e cerca de 3 mil pessoas passaram pelo Theatro Municipal de Paulínia nos três dias de debates. “Foi uma experiência enriquecedora para todos que pudemos assistir a palestras tocantes como a de Celine Cousteau, Marina Silva e Rigoberta Menchú, assim como aprendemos muito com o professor David Cahen e a pesquisadora Milena Boniolo. Neste ano conseguimos unir pessoas de diversas áreas, mas que têm o mesmo objetivo de tornar o mundo sustentável”, diz Ingrid Francine, gerente de Sustentabilidade do SWU e curadora do fórum.

Mobilização – O encerramento aconteceu logo após um painel emocionante, cujo tema era ”Mobilização em tempos de crise”. No palco estavam presentes Julia Craik, do The Premise Studio; o diretor executivo do Greenpeace Brasil, Marcelo Furtado; Steve Andrews, da organização SolarAid e o cantor britânico Bob Geldof.

Julia abriu o ciclo de palestras contando a iniciativa de transformar seu estúdio em um ambiente sustentável, com painéis solares que suprem a necessidade de energia, além de ter sido construído com materiais de baixo impacto.

Depois, foi a vez de Marcelo Furtado falar sobre o poder de mobilização e de responsabilidade social. Segundo ele, o mundo tem sido testemunha de que as mudanças acontecem desde que haja mobilização. “Vimos a primavera árabe, o movimento de ocupação de Wall Street, as manifestações dos estudantes chilenos acontecer recentemente. Muitas vezes as pessoas acham que eles nem sabem pelo o que estão lutando, mas o mais importante é que sabem o que não querem para eles”.

Steve Andrews, da organização SolarAid, fez um relato de sua experiência em diversos países africanos, para onde leva suas lâmpadas movidas por energia solar. “Na África, as crianças se esforçam muito na escola, pois sabem que esta é a única maneira que vão conseguir sair da situação de extrema pobreza. O problema é que elas não conseguem fazer seus deveres escolares à noite, pois não possuem energia elétrica em suas casas”, conta.

De acordo com ele, no Velho Continente, a fumaça negra das lamparinas a querosene matam mais que a malária. “Estamos levando novas oportunidades a essas pessoas. Uma criança que nasceu num posto médico para onde levamos luz terá agora oportunidade de tomar vacinas que serão guardadas em refrigeradores movidos a energia solar e terão um futuro diferente”.

O cantor inglês Bob Geldof encerrou o painel falando a respeito de seu trabalho de mobilização, que modificou a vida de milhares de pessoas nas últimas três décadas, especialmente na África. Com o Band Aid e o Live Aid, Geldof conseguiu alimentar milhares de etíopes e até hoje participa de ações deste tipo. Atualmente, Geldof mantém também uma rede de colaboradores que atuam no lobby social, lutando por mudanças políticas.

Para ele, o Brasil está num de seus melhores momentos e deve, nos próximos cinco anos, se tornar uma potência ambiental. “O Brasil precisa aproveitar a oportunidade que as Olimpíadas e a Copa trarão para o país e alavancar nesta área”.

Painel da manhã – O fórum abriu com o tema “Água – Segurança hídrica: conflitos, gestão e compromissos”, com a participação do ambientalista e aventureiro inglês, David de Rothschild; da oceanógrafa e documentarista francesa Celine Cousteau; da química e pesquisadora Milena Boniolo, do ativista e consultor ambiental Fábio Feldman e do ex-surfista profissional Jon Rose.

Milena abriu o painel contando o motivo de ter iniciado suas pesquisas sobre despoluição das águas. Para ela, “se continuarmos com a ‘orgia’ energética, ainda conseguimos encontrar substitutos para os combustíveis, mas e para a água? Eu não conheço nenhum substituto para ela!”. A pesquisadora é responsável pela descoberta de que cascas de banana processadas em uma espécie de pó são capazes de eliminar metais pesados da água.

Em seguida, Jon Rose contou sua experiência levando filtros d’água para comunidades de extrema pobreza. Com imagens de sua passagem pela Amazônia, o relato da experiência na ajuda aos desabrigados devido ao terremoto em Sumatra, a mensagem que o ex-surfista californiano deixou para o publicou foi a de que é possível salvar vidas com soluções simples.

Com um filtro, capaz de purificar águas extremamente contaminadas, ele convidou o público a levar qualidade de vida a pessoas carentes. “Esse filtros mudam a vida das pessoas de verdade. Nós chegamos aos lugares, damos o filtro e as pessoas param de morrer, isso realmente acontece”, conta o ex-surfista.

O terceiro a falar foi Fábio Feldman, que deu um panorama sobre a importância de modernizar as políticas públicas, tendo como rumo a sobrevivência das gerações futuras. “O grande conflito em que vivemos é que existe uma visão de mundo de século 21, consciente da importância da sustentabilidade, mas ao mesmo tempo tempos políticas públicas do século 19, com investimentos em desenvolvimento sem preocupação com o meio ambiente”.

Celine Cousteau emocionou a todos com o relato de seu trabalho desenvolvendo documentários para divulgar o trabalho de organizações sociais de diversas partes do mundo.

Com um vídeo inspirador sobre mergulho em que ela foi acompanhada por baleias, Celine mostrou que é possível sensibilizar as pessoas, desde que haja amor pelo o que se faz. Ao apresentar posteriormente um vídeo comovente de uma baleia presa em rede de pesca, Celine falou sobre a necessidade de agir para não perder o que se ama. “Meu avô dizia que só se protege aquilo que se ama. Meu pai diz que só se ama aquilo que se entende. Eu acredito que está na hora de agirmos para defender o que amamos”.

O painel se encerrou com o aventureiro, documentarista e ativista ambiental David de Rothschild, que criticou a postura das pessoas pagarem mais para ter a sensação de estar em meio à natureza, quando poderiam entrar em contato com ela, entendê-la e defendê-la diretamente. “As pessoas compram banana embalada em plástico, pagam para ficar em hotel de luxo com vista para a natureza, quando poderiam ir direto à praia”, espanta-se.

Rotschild apresentou ao público o trabalho que está fazendo pela defesa da população de Altamira, onde está sendo construída a hidrelétrica de Belo Monte. Junto com crianças da região, construiu totens, que foram colocados no percurso do rio, que será alagado para a geração de energia.

Sobre o II Fórum Global de Sustentabilidade SWU

O Fórum Global de Sustentabilidade SWU, que em sua segunda edição conta com o apoio oficial do Pacto Global da ONU, reuni 29 palestrantes nacionais e internacionais para três dias de debates em torno da sustentabilidade. Entre os palestrantes, personalidades como os músicos Neil Young e Bob Geldof, a atriz Daryl Hannah, a Nobel da Paz Rigoberta Menchú e a ex-ministra Marina Silva, entre outros.

O fórum aconteceu no Theatro Municipal de Paulínia, na mesma área do festival SWU. O objetivo do encontro foi promover o debate e inspirar pessoas para a prática da sustentabilidade através do exemplo e da experiência de indivíduos, empresas e organizações que já contribuem para um modo de vida mais sustentável.

Pacto Global da ONU

Esta foi a primeira vez que a organização apoiou um evento como o Fórum Global de Sustentabilidade do SWU, que aconteceu dentro de um festival de música, voltado para o público jovem. O Pacto Global é a maior iniciativa mundial de responsabilidade corporativa, com mais de 6.000 empresas participantes, em mais de 130 países. O programa foi criado para incentivar e reconhecer as boas práticas empresariais nas áreas de meio ambiente, direitos humanos e combate à corrupção.

Sobre o SWU

O SWU (Starts With You – Começa Com Você) é um movimento que convida a repensar atitudes, trazendo o debate sobre sustentabilidade para a esfera individual de ação – demonstrando como as nossas escolhas diárias podem contribuir para um mundo mais sustentável. Idealizado por Eduardo Fischer, presidente do Grupo Totalcom, o movimento teve início em junho 2010 com uma plataforma de ações de comunicação e engajamento que teve como seu primeiro grande marco de celebração o SWU Music and Arts Festival.

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