Redirecionamento

javascript:void(0)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Gás natural veicular encalha e abastece menos de 1% da frota local em Manaus

Um ano após a entrada em operação comercial, o Gás Natural Veicular (GNV) está restrito a pequena parte dos táxis que participaram do projeto-piloto do fornecimento e de poucas autoescolas. O gás dos campos de Urucu descoberto há 25 anos só abastece 782 veículos, ou 0,14% da frota de 570 mil veículos, segundo os dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

Desde março, apenas 77 proprietários de veículos aderiram ao combustível não poluente e mais barato, que atualmente abastece três usinas de energia do parque térmico de Manaus.

Só há dois postos que comercializam o gás, o que inibe as conversões. “Os empresários não colocam mais postos com o GNV porque acreditam que não há mercado suficiente para consumir e os donos de carros não convertem o veículo por falta de postos. Aí ficamos nessa dicotomia”, observa o coordenador de crédito local da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), Marcos Vinícius Castro.

Para tentar estimular o mercado, desde setembro a Afeam estendeu o financiamento dos custos de conversão às autoescolas. Antes, apenas os taxistas eram beneficiados.

Segundo Castro, só 25 automóveis foram convertidos pelo programa, representando um montante de R$ 110 mil financiado. A meta é converter pelo menos 50% da frota das autoescolas, que hoje é composta por 680 veículos.

Parte dos empresários do setor apostam na mudança do mercado com a maior oferta do combustível. De acordo com o proprietário da GNV da Amazônia, Charles Silva, até 2014, a empresa deverá fazer a instalação e operação das bombas em oito novos postos, a metade no próximo ano.

A empresa realizou cerca de 120 conversões em automóveis e possui uma carteira de encomendas de 350 carros, com média de um serviço por dia.

Para o proprietário da Vital Gás Veicular, Jairo Lírio, a situação não é animadora. “Esse mês está devagar e em outubro convertemos apenas quatro carros, sendo que temos três serviços agendados”, afirmou.

Em meio aos problemas da falta de oferta do gás, Vital cita o problema da concorrência desleal, com a utilização de cilindros requalificados, ou seja, que já foram utilizados em outros veículos, comercializados com preço de aparelhos novos.

Os empresários do segmento também denunciam a concorrência desleal com as oficinas clandestinas que chegam a cobrar até R$ 2 mil a menos por uma conversão, mas não oferecem garantia.

Universo de revendedores vai permanecer pequeno

Apesar do interesse de alguns postos na revenda do gás, o número é pequeno em relação ao número de estabelecimentos espalhados pela cidade.

De acordo com a Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), no primeiro semestre de 2012 um posto da bandeira Equador deve ser inaugurado e outros sete estão em fase de análise de contratos.

A Cigás, que detém a concessão para a venda do combustível no Estado, informou que em janeiro de 2012 o posto Vitória Régia, na Avenida Constantino Nery, um dos dois que possuem GNV, deverá terminar as obras obter o produto direto do gasoduto.

Hoje, a distribuidora precisa transportar o gás de carreta até o posto, que está situado na frente do traçado do gasoduto.

Falta de postos é entrave, apesar do preço

O proprietário da Auto Center GNV, Jaime Paulo da Silva, aponta que a precária estrutura de abastecimento é a principal preocupação das empresas, mesmo com o atrativo da economia que o gás proporciona.

Segundo Silva, os taxistas que antes gastavam cerca de R$ 2 mil por mês com gasolina, agora desembolsam cerca de R$ 700 mensais, uma redução de 65% nos custos com o abastecimento.

O taxista Flávio Chaves confirma ter reduzido as despesas com combustível. “Antes gastava cerca de R$ 80 por dia para rodar. Quando mudei para o GNV passei a gastar R$ 30 por dia. Mas a principal dificuldade dos taxistas é o abastecimento”, criticou.

Foi essa mesma economia que fez o instrutor de autoescola Kleiton Ribeiro a mudar para o GNV. Em fase de aprovação do financiamento pela Afeam, Ribeiro disse que colegas de profissão que optaram pela conversão confirmaram a diferença nos custos.

O preço médio dos kits de conversão nas oficinas varia entre R$ 4 mil e R$ 6 mil, dependendo do tipo do veículo. De acordo com a representante regional da WMPM Equipamentos de Gás, Rosineide do Nascimento, o preço é influenciado pelo custo do frete e pela importação da Itália. Ela informou que há um estudo de viabilidade para produzir o kit em Manaus. 

Um dos principais componentes do kit, o cilindro de aço era produzido em Manaus pela White Martins. Desde agosto, a fabricante de gases industriais suspendeu as operações de sua unidade de cilindros, após investir R$ 20 milhões nesta unidade

Nenhum comentário:

Postar um comentário