O vice-ministro de gestão ambiental do Peru pediu demissão nesta segunda-feira, em protesto com a maneira pela qual o governo vem tratando crescentes protestos de camponeses que temem a ameaça à sua água causada por projetos de mineração.
Jose de Echave disse que se demitiu porque o governo “não tem uma estratégia adequada para lidar com conflitos sociais”. Ex-diretor de um importante grupo ambiental peruano, CooperAcion, Echave vinha tendo papel importante na negociação com os camponeses, cujos projetos contra projetos de mineração cresceram nas últimas semanas. O setor é muito importante para o país, e responde por 61% de suas exportações.
Mas os camponeses que vivem em suas vizinhanças reclamam da falta de uma supervisão adequada para assegurar que as minas não contaminem sua água ou diminuam seu fornecimento. O maior projeto em questão é o da mina de ouro e cobre de Conga, de U$ 4.8 bilhões, no estado de Cajamarca, no norte do país – uma expansão da maior mina de ouro da América Latina, Yanacocha.
A Newmont Mining, baseada nos Estados Unidos, disse que suspendeu a construção da mina pelo quarto dia seguido, na segunda-feira, em reação a protestos e “vandalismo”. A mina deveria começar a operar em 2015.
O presidente do estado de Cajamarca e os prefeitos da região tem liderado protestos contra a minha desde o mês passado. Eles afirmam que o estudo de seu impacto ambiental é frágil e exigem uma reavaliação.
Um estudo de 11 páginas do ministério de gestão ambiental completado na última semana pede modificações no projeto, para a segurança das fontes de água, especialmente com relação à substituição de quatro lagos em terras altas por reservatórios – de acordo com a organização noticiosa online IDL-Reporteros, que obteve uma cópia do documento.
O ministro do ambiente Ricardo Giesecke disse em entrevista depois do vazamento que suas conclusões não significam uma rejeição da mina, mas são uma série de medidas para melhorar o projeto. Ativistas amnbientais afirmam que a situação irá minar mais o ministério do ambiente, que já se dobra às decisões do ministério das minas em tais assuntos, informa o Washington Post.
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