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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Caça à árvore de Natal ecologicamente correta

É um dilema que não existe no Brasil. Comprar uma árvore de Natal natural, o que significa “matar” uma árvore em prol da tradição, ou comprar uma árvore de Natal artificial, cheia de metal e PVC, o que significa contribuir com o esgotamento dos recursos naturais? Além das árvores feitas com material reciclado, existe outra opção sustentável. Alugar uma árvore de Natal de verdade.

Dezembro nem chegou, mas aqui não é cedo para pensar nisso. O Dia de Ação de Graças, comemorado ontem, significa das duas, uma: ou você vai lutar com outros consumidores pelas melhores ofertas na tradicional promoção chamada de Black Friday, ou vai começar a arrumar a decoração de Natal.

Se a opção for uma árvore natural, é só escolher uma das 800 mil produzidas todo ano só no estado de Washington, onde fica Seattle. Para os interessados na modalidade aluguel, funciona assim: você colhe sua árvore, enfeita como quiser e, depois das festas de fim de ano, devolve este símbolo do Natal para replantio.

Opa, acho que simplifiquei demais. Primeiro, não é todo lugar que oferece o serviço. É preciso achar uma fazenda especializada em replantio ou comprometida com um programa de reflorestamento.

Depois, a manutenção não pode ser de qualquer jeito. A árvore só pode ficar dentro de casa por mais ou menos uma semana. A falta de umidade e a temperatura amena dos ambientes internos fazem mal depois de um tempo. E nada de enfeite pesado ou pisca-pisca de luz quente.

“As pessoas podem não se dar conta do estrago, porque a árvore continuará bonita. O dano só vai aparecer na primavera”, diz Gabriel Maki, da Swanson’s Nursery, de Seattle, justificando a lista de cuidados.

A Swanson’s tem parceria com programas de reflorestamento de parques locais, incluindo o apoio à restauração da margem de rios que sejam habitat de salmão, item importante da economia local. A previsão é alugar cerca de 200 árvores.

Outras 200 formam o estoque da fundação Adopt a Stream, de Everett, a 40 minutos de Seattle. O número é 40% maior que em 2010. Por US$ 25 a US$ 35, leva-se para casa um espécime de cerca de um metro (o preço da Swanson’s é mais salgado – de US$ 55 a US$ 160). A altura é um entrave para quem gosta de árvore quase encostando no teto.

Perfeição não é uma característica importante neste segmento. A árvore terá falhas ou, como vende o ecologista da Adopt a Stream, Loren Brokaw, “personalidade”. Todo sacrifício parece ser válido para ter uma árvore de Natal que seja também benéfica ao meio-ambiente.

Melissa de Andrade é jornalista e estrategista de mídia social, com mestrado em E-Business no Reino Unido. Recentemente mudou-se com seus três gatinhos para Seattle, de onde mantém o blog Preview - e, às sextas, escreve para o Blog do Noblat.

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