Empresa mostra resultados de pesquisa com elaboração de inventários de emissões de gases de efeito estufa em evento organizado pela FGV que debateu o impacto das mudanças climáticas
A Monsanto deu mais um passo na busca de soluções sustentáveis que atendam às demandas globais associadas à nova economia de baixo carbono. Nesta quarta-feira, 10 de agosto, durante o Evento Anual do Programa Brasileiro GHG Protocol de 2011, organizado pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a empresa apresenta o primeiro inventário de emissão de gases de efeito estufa (GEE), desenvolvido com base na programa.
Foram contabilizadas as emissões decorrentes das fábricas de Proteção de Cultivos de Camaçari (BA) e de São José dos Campos (SP). Os inventários mediram a quantidade de gases emitidos em 2007, 2008, 2009 e 2010. “A atuação conjunta com diversos setores da sociedade faz parte de nossa estratégia em direção ao desenvolvimento sustentável”, explica Gabriela Burian, gerente de Sustentabilidade da Monsanto, que esteve presente no evento da FGV ao lado de Gilmar Beraldo, gerente da unidade de Camaçari, Marco Stollar, gerente de QESH (Quality, Environment, Safety and Health / Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e Saúde) de São José dos Campos e Roberta Carneiro, engenheira de ESH Corporativo.
O GHG Protocol é uma metodologia de contabilização de GEE que foi desenvolvida pelo World Resources Institute (WRI) em parceria com o World Business Council for Sustainable Development (WBSCD) e trazida ao Brasil pela FGV. As empresas participantes do Programa inventariam suas emissões utilizando a metodologia e a equipe técnica do GVces avalia as informações apresentadas para, posteriormente, publicar os resultados no Registro Público de Emissões de GEE.
Fazer a medição de anos retroativos é importante para estabelecer um parâmetro ao propor o plano de ação de gestão dos gases. “O histórico do período analisado deve ser sempre levado em consideração, já que existem variantes que refletem diretamente no resultado do inventário. Os anos de recessão econômica, por exemplo, causam menor produção refletindo invariavelmente em uma menor emissão de gases”, explica Gilmar Beraldo, gerente da unidade da Monsanto em Camaçari.
A ideia principal de fazer um inventário é dar o primeiro passo parar criar mecanismos de gestão ambiental nas corporações visando a redução de GEE. “As empresas que fazem parte da plataforma estão à frente, já que as exigências do mercado internacional e da sociedade em relação a práticas sócio e ambientalmente responsáveis e sustentáveis são cada vez maiores. Além disso, o consumidor está se tornando mais consciente e, com isso, passa a valorizar companhias que têm boas práticas socioambientais ou a pressionar aquelas cujos impactos prejudicam o meio ambiente e a sociedade”, afirma Fernanda Carreira, pesquisadora do Programa de Sustentabilidade Global do GVces .
Contabilização de resultados
Dentro das normas internacionais do GHG Protocol, as empresas devem contabilizar suas emissões diretas e parte de suas emissões indiretas, relativas à compra de energia. Já as emissões referentes a terceiros não são obrigatórias, dada sua complexidade na obtenção das informações. Para realizar o inventário, a Monsanto contratou a ICF Internacional, consultoria que é referência no setor. “Para mensurar as emissões diretas, o inventariante deve considerar todos os gases de efeito estufa emitidos durante a fabricação de um produto, que estejam sob o controle do mesmo. Se a empresa utilizar uma caldeira na fabricação, por exemplo, deverá analisar o tipo de combustível usado na caldeira, com os seus respectivos conteúdos energéticos e fatores de emissão, transformar esse combustível em energia e depois converter esta energia em quantidade emitida de GEE”, cita Augusto Mello, diretor geral da ICF para América Latina.
Já para colocar na ponta do lápis as emissões indiretas, deve-se considerar a emissão de empresas terceiras ligadas à companhia. “Nesse caso, o céu é o limite já que a empresa que está inventariando pode optar por mensurar as emissões de GEE da cadeia completa, desde a fabricação da matéria prima até a chegada ao consumidor final ou mesmo uso e disposição, dependendo do tipo de produto”, explica Mello.
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