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sexta-feira, 15 de julho de 2011

Pequenas empresas apostam no turismo náutico

Rodada de Negócios promovida pelo Sebrae para o setor deve gerar quase R$ 7 milhões em oportunidades comerciais

Atuar nas áreas de turismo marítimo e náutico não é só atividade para empresas de grande porte. Ao longo de sua rota, quando as embarcações atracam em algum destino, quase a totalidade dos serviços são prestados por micro e pequenos empreendedores do setor. Alguns deles investiram nesse segmento há pouco mais de um ano e hoje o volume de negócios já representa até 50% do faturamento das empresas.

Esses números tendem a aumentar ainda mais para os pequenos empresários do segmento que participaram das Rodadas de Negócios realizadas pelo Sebrae durante o 6º Salão de Turismo – Roteiros do Brasil, em São Paulo. Neste ano, um dos temas dos encontros pré-agendados entre operadores de turismo (compradores) e fornecedores locais foi justamente o turismo náutico. Quatro grandes operadores e 16 destinos estiveram presentes. Com base nos contatos feitos no Salão, a expectativa de geração de negócios é de R$ 6,9 milhões. Destes, R$ 3,2 milhões já para o segundo semestre deste ano. Os outros R$ 3,69 milhões restantes, para o primeiro semestre de 2012.

“É uma oportunidade nova para os micros e pequenos empresários. O trabalho do Sebrae é justamente estimular a criação e adequação desses produtos turísticos para aumentar o tempo de permanência dos navios nas cidades. Para os operadores, também é interessante. Afinal, quanto mais rotas, mais incrementado o roteiro. Isso agrega valor ao serviço oferecido ao cliente”, avalia a responsável pelos projetos de Turismo do Sebrae, Germana Magalhães.

A Maracá Turismo, empresa de receptivo com sede em Macapá (AP), foi uma das que participaram das rodadas com o objetivo de buscar novos clientes. “Nosso estado é passagem obrigatória para todos os cruzeiros vindos da Europa ou da América do Norte com destino à Amazônia. Por ser a porta de entrada para o Brasil, os navios precisam passar por uma fiscalização, que dura quase o dia inteiro. Antes essas embarcações ficavam paradas em alto mar durante todo esse período e não atracavam em Macapá porque não havia qualquer roteiro negociado previamente”, recorda-se a diretora-administrativa da Maracá, Patrícia Cunha.

Planejamento melhor

Os transatlânticos passaram a aportar em Macapá em 2007 e movimentaram toda a economia da cidade. Mas Patrícia só começou atuar nesse mercado há um ano. Hoje os negócios voltados para o turismo náutico já representam 50% do faturamento da Maracá. “O que se ganha em seis meses de temporada vale por um ano. Esse tipo de segmento tem público certo, diferente dos outros roteiros que investimos, sem certeza de visitantes. Além disso, por sabermos a quantidade de pessoas, temos condições para nos planejarmos melhor”, avalia Patrícia.

Em Maceió, a temporada de cruzeiros marítimos se intensificou nos últimos quatros anos. Mas a participação dos micro e pequenos empreendedores da região no segmento tornou-se mais ativa de dois anos para cá, com a criação de um grupo de empresas de receptivos, composta por oito estabelecimentos. Juntas, elas buscaram apoio para qualificação e estruturação de projetos em instituições como o Sebrae.

“Melhoramos em 50% a qualidade de atendimento ao turista. Isso é importante já que nas altas temporadas o turismo náutico aumenta nossa capacidade operacional em até 25%. A expectativa é que, entre 2012 e 2013, esse número também possa crescer 50%”, estima Alejandro Velásquez, diretor-administrativo da Luck Receptivo, em Maceió.


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