O Brasil é um país fortemente vinculado ao setor agropecuário – cerca de 35% do PIB e 42% das exportações são gerados no segmento. Por isso, o Seminário de Gestão Ambiental na Agropecuária, evento da programação paralela da Fiema Brasil, trabalha no sentido de ampliar a discussão sobre os temas relacionados à área ambiental. Na próxima edição da feira, que ocorrerá em abril de 2012, ocorrerá a terceira edição do evento. Como parte da consolidação do seminário como integrante da Fiema Brasil, será dado enfoque nas tecnologias para reduzir o impacto ambiental gerado pela gestão inadequada dos resíduos na atividade agropecuária.
Desde o início, a Fiema tem como parceira e organizadora do evento a Embrapa. A coordenação fica sob a tutela da unidade Uva e Vinho, de Bento Gonçalves – na terceira edição a coordenação técnica estará a cargo do pesquisador Luciano Gebler. Pesquisador e chefe adjunto de Transferência de Tecnologia, envolvido diretamente com o seminário desde a sua criação, Alexandre Hoffmann explica que as questões ambientais e a sustentabilidade estão no DNA da entidade. “O tema ambiental faz parte da missão da Embrapa”, diz. Assim, a empresa estatal adotou o evento, sempre tendo em mente apresentar experiências que pudessem contribuir para reduzir o impacto ambiental negativo da produção. A primeira edição, em 2008, foi modesta mas permitiu uma aproximação com os objetivos da Fiema. Já a segunda, realizada em 2010, teve como tema principal a segurança do alimento e o risco da contaminação química dos mesmos.
Na opinião do pesquisador, o setor agropecuário é estratégico e deve considerar como essenciais as questões ambientais. Por outro lado, cada vez mais a produção é cobrada nas questões ambientais, tanto pelo governo, quanto pelo mercado consumidor. A Revolução Verde, inegavelmente, trouxe benefícios de afastar o risco de desabastecimento, mas estamos longe de avançar. Hoffmann usa a expressão ‘indústria a céu aberto’ para designar o segmento, que requer, cada vez mais, uma visão multidisciplinar. “Os aspectos ambientais na agropecuária extrapolam as questões filosóficas. São questões da economia e sustentabilidade”.
Nessa linha, Hoffmann salienta que o Brasil pode se manter como um grande produtor sem precisa desmatar mais áreas. É preciso aumentar a eficiência, saber utilizar a tecnologia e conhecimento na área. “O Brasil é um dos principais players na produção de alimentos do mundo. Isso deixa o país na vitrine. E, estando na vitrine, aumenta a visibilidade, inclusive nos pontos que são preciso melhorar”.
Em função de questões como essas que o 3º Seminário de Gestão na Agropecuária terá a meta de contribuir para a sustentabilidade dos agronegócios. Na pauta do evento, que pretende discutir e apresentar soluções técnicas viáveis para reduzir os impactos ambientais negativos da produção no setor, estão desde palestras que discutirão a dimensão dos resíduos na agropecuária até as estratégias para a definição de políticas voltadas para a gestão de resíduos líquidos, como é o caso dos agrotóxicos. E sólidos, tais como embalagens.
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