Coordenadora de evento discutiu estratégias para o desenvolvimento do Amazonas e fala dos obstáculos que precisam ser superados pelo Estado se quiser avançar no ecoturismo. O Amazonas, apesar de todo o seu eterno potencial, ainda está longe de ter no ecoturismo uma atividade de peso significativo. Essa é uma das conclusões de seminário organizado por doutorandos do curso Estratégias de Desenvolvimento do Amazonas da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Durante o seminário, foi elaborado um diagnóstico do ecoturismo no Estado, considerando fatores como densidade populacional, infraestrutura, fluxo turístico e PIB per capita entre outros nos 14 polos turísticos do Amazonas. Os resultados serão debatidos em um novo encontro que será realizado, a princípio, em setembro. A coordenadora do evento e professora da UEA, Edinelza Ribeiro, fala da situação geral do ecoturismo no Estado. Qual seria a definição de ecoturismo? É algo diferenciado do turismo de massa.
É diferenciado porque o turismo de massa não leva o turista a uma sensibilização quanto ao meio ambiente. O ecoturismo tem, nas entrelinhas do conceito, a condição de darsustentabilidade às pessoas do local e está atrelado a uma necessidade de conscientização do equilíbrio ambiental, economico e social. A linha é buscar condições para olhar a comunidade, e preservar a cultura local e o meio ambiente.
Considerando essa definição, existe ecoturismo no Amazonas? Não existe ainda. Apenas foram definidos os polos de ecoturismo, que são 14, em uma eleição que utilizou discursos de cima para baixo. Quando se busca conhecer o conceito e o que ocorre de fato, vemos que o que temos são algumas boas experiências. Mas o potencial do Estado está comprovado? Sem dúvida, há potencial. É uma das alternativas mais viáveis para nossa economia. Podemos admitir que o ecoturismo pode, no futuro, ser um importante provedor sustentável de recursos para a região.
E o que falta para acelerar o desenvolvimento do ecoturismo no Estado? Tem que ter articulação entre os poderes. Só a comunidade não consegue alavancar esse potencial. Tem ONGs atuando, mas elas sozinhas também não conseguem. Temos o potencial, temos experiências que são referência em ecoturismo. Então, por que só pensar o turismo em função da Copa? Por que não unir forças e dar o pontapé inicial para articular o trade, as universidades, a sociedade civil organizada e definir um planejamento estratégico? Não temos planejamento estratégico para atender o turismo e o ecoturismo.
Nada se faz em uma gestão, sem planejamento. Para onde vamos caminhar depois da Copa de 2014? Que pontos precisam ser atacados ? A Amazonastur (Empresa Amazonense de Turismo) desenvolveu estatísticas que demonstram a demanda significativa de turistas estrangeiros por serviços de turismo. Temos potencial para atender essa demanda. Mas pesquisas da própria Amazonastur mostram a insatisfação do turista em decorrência de hotéis eoutros aspectos. Se não tivermos consciência do que é preciso para satisfazer o turista, não vamos avançar. Nossa política está muito fragmentada; de um lado, pela não continuidade do investimento, de outrolado, pela descontinuidade das próprias políticas públicas.
No seminário realizado na UEA desenhou alguns cenários. Em linhas gerais, que cenários são esses? Após delinear as forças, as fraquezas e as ameaças, vimos as condições que se apresentam para o futuro; depois, as incertezas críticas e os cenários - projeções que consideram circunstâncias como meio ambiente, economia, ameaças externas, entre outras. Esse conjunto de fatores, e como esses elementos devem se comportar no longo prazo, serve de subsídio para o ecoturismo no Amazonas. Quais os entraves, que condições o investidor terá para colocar seu negócio no mercado?O que será feito com a proposta elaborada durante o seminário? Nossa proposta é retornarmos em setembro para um novo evento.
Serão convidados os poderes do Governo do Estado, secretaria como de Desenvolvimento Sustentável, universidades e os atores sociais envolvidos direta ou indiretamente no assunto. Vamos debater com eles para ver onde queremos chegar. Esse resultado (do encontro encerrado na semana passada) será apresentado em setembro para definirmos uma linha de atuação.
O seminário começou no dia 19, com uma retrospectiva sobre a base local, umdiagnóstico do ecoturismo; no dia 20 falamos das incertezas, e no dia 21, elaboramos a projeção de cenários. O seminário teve como uma das principais fomentadoras a Fapeam, e é resultado de uma parceria entre UEA (Universidade do Estado do Amazonas) e UNB (Universidade de Brasília). Como a experiência de Mamirauá se insere no cenário de ecoturismo?A RDS de Mamirauá não está inserida em nenhum dos 14 polos. Trata-se de uma experiência que já é uma referência mundial, mas ainda precisa de mais apoio.
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