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| O protesto é contra a mudanças no atendimento médico nas aldeias do Amazonas e Roraima |
Índios yanomamis ameaçaram, nesta terça-feira (31), atear fogo a um avião de uma empresa de táxi aéreo de Roraima que eles mantém apreendido, desde segunda-feira (30), como forma de protesto contra mudanças no sistema de atendimento médico nas tribos e aldeias do Amazonas e Roraima.
“O piloto está rendido até sexta-feira (3). A nossa saúde está prejudicada. Temos muitos casos de pneumonia e câncer no útero das nossas índias. Queremos mais atendimento médico. Estamos tentando uma audiência com o Ministério da Saúde há duas semanas e ninguém fala com a a gente. Estamos tristes, com raiva e vamos colocar fogo no avião se não falarem com a gente até sexta-feira”, disse Júnior Hekurari Yanomami, presidente do conselho de saúde yanomami, em Roraima.
Segundo os yanomamis, o avião seria usado por funcionários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) durante trabalho em uma comunidade indígena em Barcelos (AM). A Funasa, no entanto, nega que esteja fazendo atendimento à saúde indígena no local, e que atribuição agora é da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), ligada ao Ministério da Saúde.
O Ministério da Saúde informou que está mantendo o diálogo com os índios yanomamis para solucionar o problema da melhor maneira, mas não informou se o avião estava no local para prestar serviço a funcionários da Sesai.
Outro avião
Na sexta-feira (27), os yanomamis liberaram uma outra aeronave que também tinha sido apreendida por eles, em Boa Vista. “Ficamos com a aeronave, sem fazer reféns, por quatro dias, mas agora a comunidade indígena está com o piloto do avião, mas está dando comida e abrigo para ele”, disse Hekurari.
Segundo ele, o primeiro protesto foi feito por conta da nomeação de Andreia Maia como diretora regional de saúde yanomami. “Não aceitamos indicação política. A Joana Claudete está há 42 anos no cargo, trabalhando em conjunto com a gente e não vamos aceitar essa mudança”, afirmou Hekurari.
João Silvério Dias, administrador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Barcelos, disse que os índios são contra as mudanças previstas para o atendimento de saúde índígena. “Eles não querem colocar uma liderança na área indígena que não tenha relação com os yanomamis. Não querem a mudança.”

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