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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Usina Cerradinho encontra alternativa para a produção de etanol

O alto preço do etanol no primeiro semestre deste ano pesou no bolso dos consumidores e prejudicou usinas deste setor, menos para a Usina Cerradinho, que encontrou na planta “sorgo sacarino” uma alternativa sustentável para a produção de etanol.

A entressafra da cana foi um período em que o preço do etanol ficou mais alto, mas o prejuízo não é unicamente por esta razão. O fato de ter uma imobilização de maquinário e mão de obra, nos meses em que não se produzem a matéria-prima do biocombustível, é também motivo de grandes perdas.

Para tentar resolver este problema, a Usina Cerradinho, de Catanduva (SP), começou a utilizar sorgo sacarino, uma variedade da planta capaz de gerar açúcar fermentável para a produção de álcool e biomassa para energia elétrica.

Só em março, foram cultivados 1,2 mil hectares e produzidos 1,4 milhão de litros de etanol na usina do interior de São Paulo. O projeto foi desenvolvido pela Monsanto, empresa multinacional detentora da tecnologia de sementes transgênicas de soja.

O líder das pesquisas com sorgo da Monsanto, Urubatan Klink, esclarece que este não será um substituto da cana, pois ela é incontestavelmente a melhor espécie para produção de etanol. Segundo ele, o objetivo é ganhar tempo, pois com o sorgo as usinas têm um ganho de 30 a 60 dias na produção do biocombustível.

A Usina Cerradinho é a primeira a produzir este etanol em escala industrial. Para o diretor agrícola da empresa, Luis Antonio Paiva, esta experiência é apenas um teste. Segundo ele, os resultados não foram tão satisfatórios porque março foi um mês muito chuvoso. A diferença foi que conseguiram obter de 35 a 40 litros de etanol por tonelada de sorgo, enquanto que nos experimentos do laboratório obtiveram 60 litros. Com a expectativa de elevar a produtividade, a empresa plantará sorgo novamente em novembro deste ano.

Para a pesquisadora da Embrapa Clima Temperado, Beatriz Emygdio, falta no mercado um cultivo de sorgo com maiores teores de açúcares fermentáveis presentes no caldo e com maior teor de caldo nos colmos, para que esta alternativa torne-se mais viável. Segundo ela também é preciso que o Ministério da Cultura registre novos defensivos para combater as pragas no cultivo. Ainda que levante estas questões, a pesquisadora acredita que o sorgo é uma boa alternativa que garante a produção e abastecimento de etanol em períodos de entressafra.

No Brasil, a sede da Monsanto, que desenvolveu este projeto, está instalada em São Paulo. A empresa é líder de sementes geneticamente modificadas, é por causa destes transgênicos e de sua produção de herbicida que, há anos, ela é acusada de destruir o ecossistema nativo e provocar doenças.


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