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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ministério da Educação estuda uso de tablets nas escolas públicas

A pedido de Haddad, grupo técnico entregará relatório sobre eficácia da tecnologia em sala de aula até o fim de maio
Apesar da crescente evolução da tecnologia digital dos últimos anos, computadores portáteis, telas sensíveis a toque e internet continuam uma realidade distante da maioria das salas de aula do País. Para os especialistas, as novas ferramentas tecnológicas podem e vão mudar o modo de ensinar no futuro. Com a popularização dos tablets – computadores portáteis sensíveis ao toque –, o Ministério da Educação decidiu, por sua vez, estudar como a ferramenta pode ser aproveitada em sala de aula.

Desde 2007, por exemplo, o governo federal financia iniciativas do projeto Um Computador por Aluno, disponível para apenas 150 mil alunos atualmente. Depois de longas discussões sobre o preço e as condições para que esse material fosse levado às escolas, o governo liberou, no fim do ano passado, uma linha de crédito para que Estados e municípios possam adquirir essas máquinas. No futuro, porém, esses laptops poderiam ser trocados pelos tablets.

“Os resultados que estamos encontrando nos experimentos realizados com o laptop em sala de aula, um para cada aluno e para cada professor, conectados em rede sem fio, são totalmente diferentes do modelo um computador para muitos alunos”, conta Léa da Cruz Fernandes, uma das maiores especialistas do País em tecnologias digitais na educação, que lidera o projeto nos estados do Sul e no Amazonas. Para ela, as práticas pedagógicas precisam ser inovadas com urgência, para se adaptar à nova cultura digital da sociedade.

Realidade ainda para poucos
Uma instituição privada de ensino superior, o grupo Estácio, está liderando uma experiência pioneira no assunto: 5,5 mil alunos e 500 mil professores receberão tablets ainda este ano para substituir cadernos, livros e para assistir a aulas online. Para a instituição, mais do que facilitar a vida do aluno, a ferramenta garantirá inclusão digital.

Na opinião de Léa, a iniciativa vai ajudar a aprendizagem dos alunos e “promoverá o desenvolvimento da inteligência dessas novas gerações, a educação para a convivência, o respeito às diferenças e a solidariedade universal”. “Nós, os ‘imigrantes’ digitais precisamos de manuais, os professores pedem cursos para começar a usar qualquer modelo novo de equipamento ou de software. Os ‘nativos’, os dispensam. Eles aprendem em rede de trocas interativas. Experimentam livremente quaisquer novos recursos porque não têm o medo de errar que nós tínhamos”, afirma.

Edgard Cornachione, professor da FEA/USP e coordenador de e-learning da Fipecafi, pondera que o conteúdo para os tablets precisa ser bem pensado. “Só a conversão do livro traz benefício, já que a geração atual lê mais na tela. Mas a grande vantagem disso é quando há condições de se oferecer para esse estudante outros artefatos para apreensão do conteúdo, como jogos, simuladores e vídeos, que o papel não permite”, diz.


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