O plano de investimentos da nova empresa do Grupo CPFL, a CPFL Energias Renováveis, resultado da associação com a Ersa Energias Renováveis, prevê o aporte de R$ 9 bilhões e elevar a capacidade de geração da nova companhia em 34% anualmente até 2015. O objetivo da empresa recém-criada é colocar em operação 2,092 mil megawatts (MW) de geração de energia por meio de usinas eólicas, a biomassa e pequenas centrais hidroelétricas (PCHs) e ser um agente consolidador do setor elétrico no que se refere a energia renovável. Na estrutura da nova empresa a CPFL Energia fica com 63,6% e a Ersa com 36,4%.
O anúncio que surpreendeu o mercado acontece uma semana depois da aquisição da empresa de geração eólica Siff Energies em um negócio de R$ 1,5 bilhão que reforçou sua posição na geração de energia renovável. Com mais esse passo, a empresa, que tem como principais sócios a VBC Energia com 25,7% e a Previ com 31%, forma uma empresa que possui um portfólio de projetos de 4,375 mil MW e um valor de mercado entre R$ 4,5 e R$ 5 bilhões. Se implementados todos os projetos deste portfólio a nova empresa pode tornar-se maior até mesmo que a CPFL Geração, que atua em grandes hidroelétricas, cuja capacidade instalada é de 2,250 mil MW.
Por enquanto, o crescimento da nova empresa será orgânico. O plano prevê que em agosto a companhia esteja com 648 MW instalados em sete estados. Mas se depender da diretriz explicitada pelo presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Júnior, essa posição pode mudar. "A nova empresa será um agente de consolidação do setor de geração renovável no Brasil", afirmou ele em teleconferência.
Essa tarefa ficará a cargo de dois executivos. A presidência da nova companhia será compartilhada por representantes das sócias. Um deles é Miguel Saad da CPFL e o outro é Roberto Sahade da Ersa. Segundo eles, em entrevista ao DCI, os investimentos para os próximos dois anos estão garantidos. A fonte de recursos para esses aportes tem como base o caixa da CPFL Energias Renováveis e com a perspectiva de acesso a financiamentos por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) que possui forte atuação na liberação de recursos para projetos de geração de energia eólica na Região Nordeste.
A CPFL desembolsou inicialmente R$ 250 milhões para a formação do caixa. Por sua vez, a parte da Ersa somou R$ 321 milhões. Esses valores foram determinados por meio do valor econômico das empresas e de um complexo cálculo financeiro.
Depois desse período de dois anos de investimentos a empresa prevê que precisará recorrer a novas fontes de captação de recursos, e colocam todos os instrumentos disponíveis no mercado como opções viáveis, até mesmo a abertura de capital com a oferta primária de ações.
"Evidentemente um plano de expansão de 34% ao ano é diferenciado, mas não fizemos a operação pensando em um IPO, mas temos essa opção no futuro. O desafio das empresas agora é viabilizar a transação por atos societários e obter ainda a aprovação da Aneel", afirmou Ferreira Júnior.
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