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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Pesquisas sobre pragas do Guaraná evoluem no Amazonas



Projeto receberá um aporte financeiro, nos próximos dois anos, de aproximadamente R$ 500 mil, sendo R$ 198 mil oriundos da FAPEAM.

A pesquisa, desenvolvida pelas duas instituições, tem como objetivo combater a incidência de doenças – principalmente as de natureza fúngica, como a antracnose, que é a maior causa da baixa produção de frutos do guaranazeiro. Por meio de uma parceria entre as Fundações de Amparo à Pesquisa dos Estados do Amazonas e de São Paulo (FAPEAM e Fapesp), as pesquisas desenvolvidas no Amazonas e em Piracicaba (SP) terão resultados compartilhados. No total, o projeto receberá um aporte financeiro, nos próximos dois anos, de aproximadamente R$ 500 mil, sendo R$ 198 mil oriundos da FAPEAM.

As atividades do projeto tiveram início no mês de junho, com a coleta de material para análise na Fazenda Experimental da Ufam, localizada no quilômetro 38, da BR-174 (Manaus – Boa Vista) e na Fazenda Santa Helena, da Ambev, no município de Maués, a 276 quilômetros de Manaus.

Ações da Pesquisa
As ações estão divididas em duas frentes de trabalho, a primeira em Manaus, coordenada pelo professor Spartaco Astolfi Filho, da Ufam, e a segunda pelo professor Elliot Watanabe Kitajima, da Esalg de Piracicaba, em São Paulo. O intercâmbio prevê que os pós-graduandos da Ufam participem na Esalq de cursos de microscopia eletrônica, auxiliem na detecção e caracterização de microvírus e na caracterização de bactérias por vias clássicas e moleculares, como também prevê a divulgação em palestra e minicursos sobre a cultura e usos do guaraná. Em contrapartida, os pesquisadores da Esalq coordenarão minicursos sobre isolamento de bactérias, virologia e importância dos vírus como patógenos vegetais.
Para Spartaco, a ação conjunta é a fusão de várias competências para resolver um problema de ordem prática, e, adicionando à pesquisa de resistência que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa/Ocidental) informações contra o ataque de micro-organismos às mudas.

Já o professor Kitajima afirma que a intenção é desenvolver produtos e processos que reduzam a incidência da doença e favoreçam o vigor da planta hospedeira. "O objetivo básico do projeto é melhorar a viabilidade comercial, a partir do controle da antracnose e, em paralelo, os pesquisadores do Amazonas continuarem tocando projetos de seleção com as melhores características comerciais", destacou.

Primeira etapa será de coleta e análise
Ágata Cristiane Huppert Giancolli, membro da equipe da Ufam, explicou que nessa primeira etapa foi realizada coleta de folhas e caule de plantas sadias e afetadas pela antracnose. Na ocasião, foi verificada a presença de micro-organismos endofíticos, epifíticos e da rizosfera. Ou seja, foi feita a análise de um conjunto dos micro-organismos que se encontram associados a tecidos ou órgãos da planta (microbiota). Ela salientou que a Ufam detectou cerca de 800, enquanto que a Esalq mais de 1.500. Para a segunda coleta, iniciada em novembro, época de floração, será a vez do fruto do guaraná.

Saiba mais sobre a antracnose
Segundo o fitopatologista José Clério, da Embrapa/Ocidental, a antracnose é a principal doença do guaranazeiro, que ocorre desde o desenvolvimento das primeiras folhagens da muda.  Ele explicou que a umidade e a alta temperatura provocadas durante o período das chuvas na Amazônia são fatores que contribuem para a proliferação do fungo Colletotrichum guaranicola.


O guaraná não é tema somente das lendas amazônicas e movimenta bastante a economia do Estado. O fruto vem sendo objeto de estudo de pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e da Escola Superior de Agricultura 'Luiz de Queiroz' da Universidade de São Paulo (USP/Esalq). Os cientistas estão procurando meios de melhorar seu cultivo, que tem no Brasil o único produtor em escala comercial do mundo.

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